Sentinela do Oeste Publicidade 1200x90
22/02/2024 às 17h45min - Atualizada em 22/02/2024 às 17h45min

Há 15 anos mostrando o valor de uma sanfona

O grupo Amigos da Gaita, fundado há 15 anos por Nilo Lazaretti, leva a boa música, a descontração e a alegria através da boa música gauchesca

Seu Nilo Lazaretti em no estúdio e, ao fundo, uma foto de sua falecida esposa, Iraci junto de seu amado gato, Biti. (Foto: Divulgação)
Da vontade de alegrar as pessoas e mostrar que ainda existe quem goste da boa música italiana e gauchesca, nasceu o grupo Amigos da Gaita, de São José do Cedro. Fundado em 27 de setembro de 2008, por Nilo Lazaretti, o grupo completou 15 anos de existência em 2023. O aniversário foi comemorado no dia 24 de setembro do ano passado, através de uma confraternização no clube do bairro Isol, que contou com a presença de amigos e familiares do grupo. 
Atualmente participam do grupo de gaiteiros, cinco pessoas, todas de Cedro: Nilo, Pedro Sandri, João Sopran, Ronaldo Meassa, e Claudião. O grupo continua animando festas e realiza várias apresentações em eventos da região.
 
Comemoração de aniversário
Antes de seguirem para o clube, ocorreu uma recepção na casa de Nilo, que iniciou por volta das 9h, onde os convidados visitaram seu estúdio, entre os visitantes estava um grupo de gaiteiros de São Miguel do Oeste, composto por 22 integrantes. Localizado no porão da casa de seu Nilo, o estúdio é o espaço onde o grupo se encontra para ensaios e gravações.
No clube Isol ocorreu um momento de oração e agradecimentos, em seguida os Amigos da Gaita tocaram, cantaram e dançaram. Ao meio dia foi servido um churrasco, patrocinado por vários apoiadores do grupo. “Foi um domingo muito bom, para brincar, realizaram o leilão de um bolo”, completa Dilaine, filha de seu Nilo. A festa se estendeu até às 17h.
 
O nascimento do grupo
Nilo nasceu no ano de 1939, em São Francisco de Paula, no Rio Grande do Sul, ele afirma que o gosto pela música está no sangue, lembrando que seu pai foi bandoneonista. “Nossa casa sempre tinha lugar para mais um, era humilde, mas tínhamos prazer de recepcionar as visitas com um bom copo de vinho e em seguida o pai falava: ‘Gurizada vamos buscar as ferramentas’, então começava a cantoria”, relata Nilo, que aprendeu a tocar instrumentos musicais e a cantar em casa, assim como seus seis irmãos.
A chegada em São José do Cedro aconteceu em 1959, Nilo veio junto da esposa Iraci, que estava grávida e esperava o primeiro filho do casal. Os familiares de Iraci já moravam no Cedro e cederam para o jovem casal um pedaço de terra na linha Derrubada. 
Durante seis anos a família trabalhou com agricultura e construiu uma casa de material – atualmente mora nesta casa Dalva, uma das filhas de Nilo. Também ao longo desses anos, vieram mais cinco filhos, totalizando seis crianças: Gerson, Gilberto, Delcia, Dulce, Dalva e Dilaine. Todas as manhãs as crianças ajudavam na lavoura e durante a tarde iam a pé para a escola, percorrendo cinco quilômetros a pé.
Com o passar do tempo os filhos foram crescendo e precisaram sair de casa para ingressar na faculdade e dar sequência aos estudos, assim, Nilo e Iraci não tinham mais motivos para permanecer no interior, foi quando surgiu a oportunidade de comprar o terreno dos avós de Iraci, que moravam na cidade, e onde seu Nilo mora até hoje. A propriedade na Derrubada foi arrendada e dessa forma permaneceu durante 20 anos, até que a filha Dalva a adquiriu.
Com os filhos indo estudar e alguns casando, permaneceram próximos dos pais, Dalva e Dilaine. Nilo continuava a trabalhar, trabalhou na imobiliária Rigo e fazia bicos. Ao mesmo tempo, cultivava o gosto pela música e pela gaita. Ele manteve a tradição de seu pai e fez questão de que os filhos crescessem em uma casa cheia de música. Nilo costumava se reunir com os vizinhos e amigos para tocar, cantar e dançar, foi quando surgiu a ideia de criar um grupo para tocar gaita.
A ideia foi aprovada pela família e em seguida Nilo começou a convidar amigos para participarem do Grupo. Começaram a fazer os ensaios e assim foi formado o grupo Amigos da Gaita. O objetivo maior do grupo é levar a boa música, a descontração, a alegria e mostrar o valor de uma sanfona. No início tocavam para Palma Sola, Dionísio, São Miguel e demais municípios da região sem cobrar nada, o convite era o pagamento. Quando as demandas aumentaram, o grupo começou a pedir apenas uma ajuda de custo com a gasolina. Hoje o grupo é conhecido na região por ser muito animado e carismático.
Os Amigos da Gaita mantêm um programa ao vivo na Rádio Integração há três anos. Todas as sextas-feiras, das 18h às 19h eles tocam o programa Amigos da Gaita, com direito a transmissão no facebook, assistidas por mais de 3800 pessoas.
Ao longo desses 15 anos muitas pessoas entraram e saíram do grupo de gaiteiros, mas duas perdas recentes abalaram o grupo. A primeira delas foi de Leonir Teles, popular Mery, uma das mulheres mais expressivas na música gauchesca na região.
A segunda perda foi de Iraci, esposa de Nilo, que faleceu há um ano e meio. Parceira, amiga, companheira de vida e estraga, ela ouviu muita gaita, cantou e dançou com Nilo. Ela nunca mediu esforços para acompanhar o marido nos gaitaços. Uma cozinheira de mão cheia, ela era responsável pelo preparo das refeições durante os encontros do Grupo.
Nilo ainda toca as músicas preferidas da esposa para a família. Para que ela continue acompanhando o grupo, Nilo mantém no estúdio uma foto de Iraci com seu amado gato Biti, que ainda vive com a família.


Receba as notícias do Portal Sentinela do Oeste no seu telefone celular! Faça parte do nosso grupo de WhatsApp através do link: https://chat.whatsapp.com/Bzw88xzR5FYAnE8QTacBc0
Siga nosso Instagram: https://www.instagram.com/jornalsentinela/
Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Sentinela do Oeste Publicidade 1200x90