Na imagem vemos a fatura de Volmir, valores negativos correspondem aos descontos que a energia solar gerou no valor final da fatura. (Foto: Divulgação) Os trâmites para criação e implantação de uma Usina de Energia Solar em Anchieta começaram em 2021. A cooperativa em si, foi formalizada em junho de 2022, com mais de 40 cooperados, entre eles agricultores, funcionários públicos, empresários e profissionais liberais. Agora em 2024, após dois meses de funcionamento pleno, a Cooper Solar Anchieta já traz economia na fatura de energia de seus sócios.
Quem dá mais detalhes sobre o funcionamento da Cooper Solar Anchieta é o presidente da cooperativa, José Valmir Junges. Segundo ele, na fundação da cooperativa haviaM 43 sócios interessados. A partir da criação da cooperativa, foi realizado o cálculo de consumo de energia de cada família. O objetivo foi saber quem se beneficiaria mais com a instalação da usina.
Após esse processo, ocorreu a definição da área de implantação e o orçamento de implantação, que ficou em R$ 410 mil. Restaram então, 19 sócios que naquele momento acharam viável investir na usina, através de financiamento ou de recursos próprios.
O investimento inicial foi dividido entre os 19 sócios, de acordo com a demanda de cada um. “Até que saiu o financiamento e fomos implantar a usina os preços caíram bastante, apesar de termos contrato com a empresa, tentamos negociar, isso foi no final de 2022. Conseguimos reduzir R$ 10 mil naquele momento e a empresa conseguiu nos fornecer placas melhores. Os sócios que financiaram vão pagar o investimento em seis anos”, esclarece Valmir.
Quanto à área para implantação da usina, a cooperativa negociou com a prefeitura. “A associação de agricultores tem um moinho na linha São Roque. Eles utilizam apenas o moinho e tinham uma área disponível de 5000 metros quadrados, ocupamos metade desta área. O local tinha rede trifásica, que era necessário. Tivemos que fazer uma melhoria de rede, que a Celesc colocou”, explica Valmir.
A usina de 75 Kwp produz, em média, 12900 kW/mês. Nestes dois meses de funcionamento – considerado que as placas são novas e estamos no verão – a usina produziu em média 16000 kW/mês. Em relação aos sócios, o consumo de cada um varia entre 250 kW e 1500 kW. Como no inverno a produção diminui, a expectativa é que a média fique nesses 12900 kW.
Os 19 sócios que investiram na usina estão recebendo os créditos, que também são divididos de acordo com a porcentagem que cada sócio comprou. O desconto na fatura de energia é realizado pela Celesc, com base nessa porcentagem que cada sócio possui.
“A minha fatura neste mês iria ser R$ 505, inclusive colocamos um novo ar-condicionado. Tive um desconto de R$ 412, então achamos vantajoso”, afirma Valmir.
Para Claudio Santa Catarina, um dos cooperados, a maior motivação para ingressar na cooperativa, além da possibilidade de aliviar a fatura de energia, foi não ter disponibilidade de espaço para fazer a implantação das placas solares em sua residência. Ele lembra que tem pessoas que moram em casas alugadas, em apartamentos. Nesses casos, a cooperativa é uma opção, pois a energia pode ser manada para todo o estado de Santa Catarina.
“Consumo em média 450 kwts. Investi na usina, R$ 17.100,00, deste valor, financiei R$ 15.273,00, o que representa uma porcentagem de 4,06%. Recebo o desconto na fatura de acordo com a produção, ou seja, não é um valor fixo. Quanto mais energia gerar, mais desconto recebo. Eu financiei para comprar a minha parte e quando terminar de pagar o financiamento, em seis anos, terei uma fatura de energia muito acessível. Temos essa questão do investimento inicial, que pode ser mais alto, mas depois são 25 anos de durabilidade, além disso, é uma energia limpa”, relata Claudio Santa Catarina, um dos cooperados.
Conforme ele, ainda restam algumas dúvidas quanto aos descontos na fatura de energia, mas o retorno está dentro do esperado. Referente ao mês de fevereiro, a conta de luz de Claudio, sem energia solar, seria de aproximadamente R$ 285. Com a energia solar a fatura ficou em R$ 57.
Valmir afirma que neste mês, ocorre a assembleia da cooperativa, nela, além do esclarecimento de dúvidas, será discutido o interesse de novos sócios, que desejam investir e outra usina. “Temos uma lista de espera, de pessoas interessadas. Vamos discutir isso e desligar aqueles sócios que realmente não tem interesse na usina”.
Crédito de carbono
Com a usina em funcionamento, abrem-se as portas para um novo mercado, o de créditos de carbono.
“No Oeste temos 16 cooperativas de geração de energia solar, nos reunimos periodicamente para estudar formas de disponibilizar a compra de créditos de carbono. A cada 1000 kW produzidos pela usina, geramos uma tonelada de créditos de carbono, então é um comércio que queremos entrar. É necessário fazer uma certificação, isso tem um custo, mas estamos estudando a possibilidade de fazer, gerando assim, renda para a cooperativa e consequentemente aos associados”, conclui Valmir.
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