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11/04/2024 às 15h00min - Atualizada em 11/04/2024 às 15h00min

Palma Sola decreta estado de epidemia de dengue

Multa para quem não eliminar criadouros de larvas do Aedes Aegypt são de até R$ 7 mil. Em Palma Sola já são mais de 50 casos positivos

A Secretaria de Saúde intensifica a fiscalização através do trabalho dos agentes de endemias e da vigilância sanitária. (Foto: Sofia Bertolin)
Palma Sola decretou estado de epidemia de dengue. Há cerca de 20 dias ocorreu o primeiro caso autóctone, ou seja, transmitido dentro do município, desde então o número de casos vem aumentando, até o momento são 50 casos registrados, além disso, são quase 50 focos positivos para larvas do mosquito Aedes Aegypt. A partir de agora o município endurece as medidas de combate à doença e ao mosquito, entre as ações estão um mutirão de limpeza, campanhas de conscientização nas escolas e aplicação de multas de até R$ 7 mil para quem não eliminar criadouros do Aedes.
Segundo explica a secretária de saúde, Elizandra da Silva, há algum tempo a Secretaria de Saúde vinha alertando a população sobre a possibilidade de uma epidemia. “Fomos o penúltimo município de Santa Catarina a registrar casos autóctones de dengue, isso se deve ao bom trabalho realizado pela nossa equipe – de todos os municípios catarinenses apenas São Miguel da Boa Vista ainda não tem casos de dengue. Tínhamos alguns casos esporádicos, que vinham de fora, infelizmente já esperávamos que mais dia, menos dia, iríamos chegar nesta situação, de ter contágio interno”.
Ela ainda informa que a grande maioria dos pacientes diagnosticados com dengue não estão apresentando sintomas leves, a grande maioria está com sintomas mais graves e precisando receber diariamente medicação e hidratação endovenosa para alívio dos sintomas. Lembrando que a dengue, assim como a Covid-19, não tem cura, pode-se apenas tratar os sintomas.
 
Novas medidas de prevenção
O município irá intensificar as ações de combate ao mosquito da dengue. Isso ocorre através do trabalho em conjunto das secretarias. Na Secretaria de Educação, os professores estarão trabalhando nos próximos dias o tema dengue.
Já a equipe da Secretaria de Assistência Social estará repassando às famílias que têm vínculos cadastrais no CadÚnico informações e orientações sobre a dengue e a importância de eliminar possíveis focos. 
A Secretaria de Agricultura e a Defesa Civil estarão auxiliando no monitoramento e na identificação de locais com acúmulo de lixo através do uso de drones. A Secretaria de Obras e Infraestrutura fará a recolha do lixo durante o mutirão de limpeza, que ocorre nos dias 15 e 16.
“Estaremos fazendo um mutirão de limpeza, então a população poderá retirar o que for lixo e o que pode ser criadouro do mosquito dos seus pátios e terrenos. Levar esses materiais até a frente das suas casas nos dias 15 e 16, que estaremos realizando a recolha”, reforça Elizandra.
Na Secretaria de Saúde os trabalhos da vigilância sanitária serão intensificados, para isso, ocorre a contratação de um novo profissional.
Após todas essas medidas a situação ficará mais delicada. Conforme estabelecido no decreto de situação de emergência, o município colocará em prática a lei 2177 de julho de 2023. “Se após o mutirão ainda forem identificados criadouros, se a pessoa não tiver limpado seu terreno e forem encontrados focos positivos, essa pessoa será notificada e terá um prazo de 24h para regularizar a situação. Se não for regularizado serão aplicadas multas, que a lei nos permite aplicar”, explica Elizandra.
As multas, desde a leve até a gravíssima, são altas. Elas são  calculadas com base no UFRM, que hoje está em R$ 462,60. A multa leve corresponde a dois IFRM, ou seja, R$ 925,20; a multa gravíssima ultrapassa os R$ 7 mil. “Não gostaríamos de chegar a esse ponto, sabemos o quanto cada um se esforça para ter seu dinheiro, mas não podemos deixar que isso se torne um problema público, a partir do momento que o meu desleixo se torna um problema público eu tenho que arcar com as consequências e é isso que vai ocorrer”. Elizandra informa que o município está cobrando o que foi imposto pela regional de saúde e que a lei está em concordância com a legislação estadual.
 
Aplicação de fumacê e larvicida
A Secretaria de Saúde vem sendo questionada sobre a aplicação do fumacê. Elizandra explica que, devido a alta demanda do fumacê em todo o estado de Santa Catarina, sua aplicação é autorizada apenas como último recurso. “A regional de saúde informou que o fumacê só pode ser feito quando o município esgotar todas as possibilidades de tentativas de resolução do problema. Então só consigo solicitar a aplicação do fumacê após realizadas ações de divulgação, mutirão de limpeza, aplicações de multas. Quem faz a aplicação do fumacê é o estado, então precisamos provar para eles que todas as nossas tentativas de resolver o problema não deram resultado, apenas assim eles vêm com o fumasse”.
Já em relação a aplicação do larvicida, quando uma paciente positiva para dengue, um relatório é encaminhado à regional de saúde. A regional informa o raio de aplicação do larvicida – geralmente no entorno da casa onde o paciente positivo mora e no seu local de trabalho. Além disso, encaminha a quantidade de larvicida para ser aplicada dentro desse raio. Posterior a isso a equipe das endemias realiza a aplicação do larvicida com a máquina costal.
“Fomos questionados sobre realizar a aplicação desse larvicida com o drone, assim como fez o João Rodrigues em Chapecó, questionamos a regional sobre a possibilidade, mas ela não aconselha e não autoriza que a prática seja realizada, alegando que quando aplicado dessa forma, o larvicida perde a efetividade e ocorre muito desperdício e, além de estar matando o Aedes vai matar outros mosquitos. Algo que parece bom em um primeiro momento, mas segundo os biólogos é algo negativo, já que acarreta em um desequilíbrio no ecossistema”, informa a secretária de saúde.
Ela conclui afirmando que o município não pode comprar o larvicida para aplicar por conta própria pois ele não está disponível para compra.
“Reforçamos mais uma vez o pedido para que a população faça sua parte, pois podemos prevenir a dengue eliminando os criadouros e assim eliminar o mosquito. A dengue não é um problema apenas da Secretaria de Saúde, é um problema de todos e cada um precisa fazer a sua parte para não prejudicar um vizinho, um colega ou a nossa própria família”, enfatiza.


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