Além dos voos, é possível utilizar o balão como ferramenta de marketing e como atrativo em feiras e eventos. (Foto: Divulgação) O Ar Livre Ecoturismo iniciou em janeiro de 2015, com a venda de passeios e experiências na natureza. Já no mês março realizou o primeiro voo de balão. Na época, o Ar Livre trabalhava em parceria com uma empresa de Curitiba que constrói balões.
“Marcávamos a data, realizávamos a venda do voo e no dia marcado a empresa vinha e realizava os passeios. Trabalhamos desta forma até o fim de 2023. A nossa maior dificuldade era ter a procura pelos voos, mas não ter o balão disponível em todas as datas. Nesses nove anos de parceria com a empresa de Curitiba sempre trabalhamos bem, sempre com segurança tanto que nunca tivemos incidentes. A cada dois meses conseguíamos ter um voo”, explica Anderson Cavasin.
Há cerca de cinco anos Aderson, em conjunto com o empresário Robson Casotti, pensam em investir no balão para poder oferecer voos todas as semanas. Com o aumento dos empreendimentos em turismo e com maiores opções de atividades, experiências e hospedagens em Anchieta, a procura por passeios na natureza tem aumentado, com um aumento significativo da procura pelos passeios de balão, amadurecendo desta forma, a ideia de investir num balão próprio.
“O investimento em um balão é muito alto. Ele é uma aeronave, assim como um avião, ele tem certificação, é fiscalizado. Além disso, você precisa de um veículo 4X4 para poder transportá-lo. Então nesses cinco anos viemos estudando a possibilidade, nesse meio tempo tivemos a pandemia que atrapalhou bastante o nosso setor. Neste ano conseguimos voltar a investir”, informa o empresário.
A dupla de empresários investiu em um balão e junto eles abriram a empresa Balonismo Anchieta. O balão comporta seis pessoas, sendo o piloto, quatro adultos e uma criança. Com cinco pessoas, sendo o piloto e mais quatro passageiros, os passeios já podem acontecer. O equipamento é novo e foi adquirido junto a Golfier Ballons, empresa brasileira especializada na construção de balões de ar quente.
“A partir do dia 20 de abril ocorre o voo com o balão grande, de 24 pessoas e o voo de estreia do nosso balão, que é menor. A partir do momento que o balão estiver aqui, queremos trabalhar com outras coisas, como o marketing, já que podemos colocar faixas de empresas e fazer promoção. Outra possibilidade é fazer o balão cativo em festas, feiras e eventos. Nesse formato o balão fica preso ao chão e voa a uma altura limitada de até 60 metros, fazendo um sobe e desce durante todo o dia”, descreve Anderson.
Nesses primeiros anos, até que seja possível formar um piloto de Anchieta [leva-se vários anos para poder formar um piloto], Anderson e Robson optaram por contratar um piloto já experiente. Ele passará a morar no município. “Tudo isso gera custos, por isso o voo de balão é algo de alto valor. Comprar o equipamento é caro, manter um piloto morando aqui é caro, mas nós investimos não apenas no passeio, mas no passeio com segurança”, enfatiza.
O valor do voo é de R$ 600 por pessoa, a empresa trabalha com metade do pagamento antecipado, para garantia de reserva, e parcelamento.
Funcionamento dos voos e do balão
O balão é composto por três partes, o envelope (a parte de tecido do balão com uma característica em forma de “gota”), o sistema de queima e o cesto, que é feito à mão em vime.
Os horários ideais para voar são no nascer ou no pôr do sol. Isso ocorre porque o balão funciona através das diferenças de temperatura. O balão é inflado no chão, com ar quente proveniente da queima do gás propano, lembrando que o ar quente é mais leve que o ar frio, por isso o balão sobe.
“Quando o ar de dentro do balão atinge uma diferença de temperatura de 60ºC mais quente que o ar de fora, ele sai do chão. Você controla essa diferença de temperatura durante o voo e o pouso. A gente voa no nascer ou no pôr do sol, justamente porque são momentos mais frescos. Se de manhã estiver fazendo 20ºC, o balão tem que ir a 80ºC para voar. Temos dias onde o calor é de 35ºC, para voar o balão tem que ir à 95ºC, então é muito quente, não tem como voar”, descreve Anderson.
Outra situação que faz o nascer e o pôr do sol serem os horários mais adequados para voar, além da beleza desses dois momentos, é a baixa incidência de vento. A velocidade ideal do vento para voo do balão é de até 15 km/h, passando disso, já não é considerado seguro voar. “Mesmo com todo o nosso cuidado e planejamento, já ocorreu de chegar no dia e as condições climáticas não estarem favoráveis para o voo e o passeio ser cancelado”, relata.
O balão voa por cerca de 1h, mas o piloto sempre leva reserva de combustível para que seja possível voar por pelo menos 2h/3h.
Outro fato interessante, é que, uma vez no ar, não é possível controlar para que lado o balão irá, ele vai para onde o vento leva, sendo possível controlar apenas a subida e a descida. Anderson pontua que a experiência do piloto influencia na direção de voo, que pode controlar o percurso horizontal através das correntes de ar.
“Ter medo de voar é normal, até porque é algo que mexe com altura, mas o voo é muito tranquilo, o balão é muito lento, então dá tempo de nos acostumarmos com a altura. Além disso, tem o visual, a paisagem que é linda, então o medo fica em segundo plano, finaliza Anderson.
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