03/09/2024 às 15h00min - Atualizada em 03/09/2024 às 15h00min

História de Angélica e sua luta contra a Diabete

Diagnosticada aos 10 anos, Angélica transformou sua luta em inspiração e prevenção com uma tatuagem de alerta para emergência

Jéssica Rebelatto
Campo Erê
Angélica exibe sua tatuagem no antebraço esquerdo, um símbolo de sua luta contra diabetes e um alerta para emergências. (Foto: Divulgação)
Angélica Bombieri tinha dez anos quando sua vida mudou para sempre. Em 4 de janeiro de 2015, ela foi diagnosticada com diabete, uma notícia que transformaria sua rotina e suas perspectivas. No início, ela não compreendia completamente a gravidade da doença, mas rapidamente se viu confrontada com desafios e limitações que impactaram sua infância e adolescência.
“Eu não tive reação porque nem sabia do que se tratava, mas fiquei bem triste porque ia mudar de colégio e lá tinha uma cantina onde eu não poderia comprar doces”, relembra Angélica. Apesar do impacto inicial, ela encontrou uma maneira única e corajosa de lidar com a doença. “Eu sempre quis fazer uma tatuagem, mas não sabia do que. Aí comecei a ver vídeos nas redes sociais de pessoas com diabetes e fiquei com vontade de fazer uma também”, explica.
A inspiração definitiva veio ao observar a tatuagem da maquiadora Julia Didomenico. “Comentei com meu namorado e meus pais, e eles acharam legal a ideia”. A tatuagem, localizada no antebraço esquerdo, na parte interna, tem um propósito prático. “É um lugar fácil de ver, caso aconteça algum acidente ou algo do tipo. É importante que outras pessoas saibam, pois a gente nunca sabe quando a diabete vai baixar ou subir”.
Os primeiros sinais da diabete aparecem cedo. “Comecei a emagrecer, beber muita água e ir muito ao banheiro. Meus pais estranharam esses sintomas”, conta Angélica. A jovem fez a tatuagem no dia 27 de março de 2024.
Angélica ressalta a gravidade da doença: “Por mais que pareça ser uma doença calma, não é. É uma doença complicada e silenciosa. Se não se cuidar, ela vai afetar seus órgãos, pode deixar cego, e infelizmente ainda não tem cura. Existem tratamentos como a bomba de insulina e o sensor de medir a glicemia, mas não estão disponíveis pelo SUS, então é um custo alto para manter”.
Sua rotina de cuidados é rigorosa: “Tomo dois tipos de insulina, aplico cinco vezes ao dia, duas de manhã, uma no almoço, uma no lanche da tarde e uma no jantar. Faço teste de glicemia três vezes ao dia. Então são cinco agulhadas e três vezes furando o dedo diariamente”.
A tatuagem de Angélica é mais do que uma marca na pele, é um símbolo de sua luta, uma ferramenta crucial para sua segurança e saúde.
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