Lairton Pauletti: Desafios e paixão na tradição do laço

Desde a infância, Lairton Pauletti nutre uma profunda paixão pela cultura do laço e pelos cavalos. Apesar de ele crescer no interior, onde as oportunidades de participar de rodeios eram escassas, ele sempre admirou a tradição. Com o passar dos anos, já na vida adulta, essa paixão foi reforçada ao se unir a amigos e parceiros que compartilhavam do mesmo entusiasmo, descobrindo o verdadeiro prazer por laçar e participar ativamente de rodeios.
Para Lairton, o laço vai além de uma prática esportiva, é uma representação da cultura, educação e, sobretudo, família. “Ninguém vai sozinho ao rodeio”, afirma, destacando a importância dos laços familiares que se fortalecem nesse ambiente. O rodeio, segundo ele, é um espaço onde pais, filhos e avós se reúnem, reforçando tradições e valores que são passados de geração em geração.
Entretanto, os desafios enfrentados pelos laçadores da região são significativos. A falta de um espaço adequado para treinos é uma das maiores dificuldades. “Nosso espaço é muito pequeno, literalmente, no fundo, de um campo. Isso torna o desenvolvimento da nossa equipe extremamente difícil”, lamenta Lairton. Participar de competições sem o devido preparo, enfrentando adversários que têm infraestrutura e treinam regularmente, é uma realidade dura para ele e sua equipe.
Um dos momentos mais emocionantes para Lairton durante os rodeios é a oração da Ave Maria, realizada nos sábados, às 18h. “Esse é um momento de fé e esperança. Algo que nunca perdemos”, compartilha.  Ele mantém a esperança de que, um dia, sua equipe tenha um espaço adequado para treinar, e que permitiria competir em condições mais igualitárias e com maior determinação.
Além dos desafios físicos, a preparação mental também é crucial. “Você precisa de muita concentração para competir, principalmente porque muito dos nossos adversários têm infraestrutura e treinam regulamente, enquanto nós vamos com garra e força de vontade”, explica Lairton. Apesar das dificuldades, ele acredita que o futuro do laço na região deve continuar afinal muitos competidores vem se dedicando exclusivamente ao laço como meio de vida.
Lairton também ressalta a importância do esporte para a juventude local, destacando como o laço afasta os jovens das ruas e oferece uma alternativa mais saudável. “Nos finais de semana, estamos nos cavalos, brincando e treinando a gurizada com o que temos”, diz. Ele expressa o cuidado especial que dedica aos cavalos durante as competições, tratando-os com carinhos e respeito. “Um cavalo bem tratado fará o seu trabalho com excelência”, afirma, destacando a inteligência desses animais e a importância de tratá-los bem para obter bons resultados.
Por fim, Lairton reflete sobre a beleza e a tradição do laço, aconselhando aqueles que têm a oportunidade de dar um cavalo a seus filhos a fazerem isso. “Não é um esporte barato, mas é muito melhor ver o seu filho envolvido com cavalos do que com as coisas ruins que o mundo oferece”, conclui com o orgulho de estar junto aos jovens nos finais de semana, guiando-os no caminho do bem e da tradição.