28/12/2024 às 10h00min - Atualizada em 28/12/2024 às 10h00min

Uma vida de superação e fé em FSSul

A trajetória de Claudino é marcada por desafios, superações e uma busca constante pela paz interior, que encontrou em sua vida simples, repleta de fé, amigos e trabalho árduo

Jéssica Rebelatto
Flor da Serra do Sul
Claudino dos Santos, compartilha sua história de superação, fé e solidariedade, encontrando força em sua jornada de recuperação e na conexão com a comunidade ao seu redor. ASO/Ruthe Kezia
Claudino dos Santos, natural de Erebango, no Rio Grande do Sul, completou 67 anos no dia 5 de dezembro. Sua trajetória é marcada por desafios profundos e, acima de tudo, por uma busca constante de superação. Desde que deixou sua cidade natal, Claudino percorreu um caminho tortuoso até se estabelecer em Flor da Serra do Sul, onde viveu momentos de extrema dificuldade, mas também encontrou forças para mudar sua vida, com o apoio de amigos e a fé em Deus.
A história de Claudino começa em Gaspar, onde ele morava com sua irmã antes de tomar a decisão de mudar para Flor da Serra. Ele relata que, motivado por um convite de uma amiga, que desejava companhia, decidiu partir para o novo lugar. No entanto, a vida em Flor da Serra, onde ficou por dois anos, não foi fácil. Claudino morava sozinho e, em um período de intensa necessidade financeira, enfrentou noites de frio e de solidão. Sem dinheiro e com poucas opções, ele conta que sobreviveu com o que os vizinhos e amigos, como Jô, podiam lhe oferecer.
Foi em Flor da Serra que ele passou por uma das fases mais difíceis de sua vida, enfrentando o alcoolismo e problemas de saúde que quase lhe custaram a vida. Em um momento de extremo desespero, Claudino ficou sem comer por cinco dias. Mesmo tendo comida disponível em sua geladeira, ele relata que não tinha forças para se alimentar e usava o álcool para tentar suprir a fome e o vazio. Ele descreve como, nesse período, seu corpo foi enfraquecendo, até o ponto de cair várias vezes. Claudino lembra de um dia em que, após cair ao tentar beber água, acabou desmaiando na área de sua casa e foi socorrido por um amigo. A intervenção de Jô, que rapidamente chamou os serviços de saúde, foi crucial para evitar sua morte.
Esse episódio, segundo Claudino, foi um divisor de águas em sua vida. Ele começou a repensar suas escolhas e a perceber que estava se destruindo. Ele se afastou do alcoolismo e, com o apoio de sua fé, iniciou um processo de recuperação. Claudino atribui sua força para mudar a ajuda de Deus, a quem sempre se dirigiu em oração, especialmente nas madrugadas, quando sentia que estava à deriva. Ele conta que foi Deus quem o guiou e o ajudou a sair daquela situação difícil, dando-lhe a oportunidade de recomeçar.
Hoje, Claudino vive uma vida mais tranquila, porém ainda simples. Ele mora sozinho e, apesar da solidão, mantém uma rotina cheia de atividades. Seu dia a dia envolve cuidar de sua casa, limpar e organizar o ambiente, cultivar suas plantações e cuidar de seus animais. Ele revela que a vida na roça, com sua horta e o trato dos bichos, lhe proporciona uma sensação de paz e realização. Agradece pelos pequenos momentos de alegria, como quando seus vizinhos o cumprimentam na rua, lhe oferecendo amizade e carinho.
O Natal, para Claudino, não é apenas uma data de celebração, mas um momento de reflexão sobre Jesus e sua fé. Ele revela que, para ele, o verdadeiro sentido do Natal não está nas festas ou nas trocas de presentes, mas em lembrar-se de Deus e de sua presença constante. Para Claudino, o que realmente importa é a conexão espiritual e o amor que ele nutre por Deus. "O Natal para mim é lembrar de Jesus, de Deus, e de tudo que Ele fez por mim. É estar em paz, sem festas ou exageros, mas com fé e gratidão", diz.
Claudino também compartilha a dor do distanciamento de sua família. Ele tem filhos que vivem em diferentes cidades, incluindo uma filha em Blumenau e outras em Rio Grande, mas raramente recebe visitas. Ele lamenta que suas irmãs não o procurem e que as dificuldades financeiras sejam um obstáculo para que sua família se reaproxime. No entanto, ele não guarda ressentimentos. "Eu não preciso deles. Meus amigos e vizinhos são minha família agora", afirma com serenidade.
Em sua história, Claudino encontrou forças na fé, na amizade e na reflexão sobre sua vida. Ele deixou o vício e, aos poucos, reconstruiu sua existência. Não busca reconhecimento ou grandes celebrações, mas sim a paz que encontrou em sua vida simples, pautada pelo trabalho e pela convivência harmoniosa com os outros.
Claudino é um exemplo de superação, alguém que, mesmo diante da dor e das dificuldades, escolheu o caminho da recuperação e da fé. Para ele, a vida, mesmo solitária, tem valor. Seu foco está no presente, no cuidado de sua casa e no relacionamento com Deus e com aqueles ao seu redor. Ele terminou sua entrevista com uma frase que resume sua jornada: "Eu não me arrependo. Tenho Deus, minha santinha e a paz que procurei".
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