25/12/2024 às 15h00min - Atualizada em 25/12/2024 às 15h00min

Bancário aposentado se transforma em Papai Noel há 41 anos

Gladimir Bortoni se transforma no Bom Velhinho todos os anos, levando presentes e alegria às crianças da cidade e região, sem nunca cobrar por isso

Jéssica Rebelatto
Palma Sola
Gladimir, aos 41 anos nos de atuação como Papai Noel, em meio a apresentações em creches e eventos comunitários, mantém viva a tradição que começou em 1983
Em Palma Sola, o natal ganha um brilho especial graças a Gladimir Bortoli, bancário aposentado e corretor imobiliário que, há 41 anos, se dedica a personificar o Papai Noel. Sua jornada começou de maneira simples, com a entrega de presentes adquiridos por quem comprava na loja de brinquedos de sua esposa. Aos poucos, essa iniciativa cresceu e se transformou em uma ação social, com o apoio de muitos amigos, tornando-se uma tradição que agora envolve a comunidade inteira.
 Com um sorriso generoso e uma barba branca que traduz a imagem do Bom Velhinho, Gladimir transforma o mês de dezembro em uma jornada de alegria e emoção, levando presentes às crianças da cidade e região.
A história começou em 1983, quando Gladimir, então bancário, e sua esposa proprietária de uma loja de brinquedos, decidiram fazer algo especial na véspera de Natal. “Saíamos com uma camioneta cheia de brinquedos, acompanhados de amigo, e passávamos de casa em casa distribuindo presentes. Era algo simples, mas profundamente emocionante”, recorda. Desde então, Gladimir nunca passou um ano sem vestir a roupa vermelha e a toquinha que simbolizam a magia do natal.
Com o tempo, o papel de Papai Noel foi se expandindo. Gladimir passou a ser convidado para ir até creches, escolas e instituições como a APAE. “Sempre aceitei os convites com muita alegria, mesmo em lugares onde meus filhos não estudavam. A emoção de ver o brilho nos olhos das crianças é indescritível”, comenta. Ele conta que no início, muitas crianças se retraem, mas logo percebem o afeto do Papai Noel e se entregam à magia do momento.
A dedicação de Gladimir vai além do figurino. Ele não apenas entrega presentes, mas também se envolve em ações comunitárias. Durante anos, ele e o irmão, um bombeiro aposentado, organizaram distribuições de brinquedos em comunidades rurais, levando alegria a famílias carentes. “Essas crianças muitas vezes recebiam o único presente ou doce do ano. Ver o sorriso delas fazia valer cada esforço”, relembra emocionado.
Apesar do brilho e toda a magia que Gladimir leva para os outros, o Natal também traz memórias difíceis para ele e sua esposa. Em 1991, o casal enfrentou a perda de uma filha, ainda bebê, vítima de um acidente seguido por complicações hospitalares. “Desde então, o Natal tem um significado duplo para nós, é uma data de celebração e saudade. Mas acreditamos que espalhar alegria é a melhor maneira de honrar sua memória”, reflete.
Mesmo com a dor, Gladimir não deixou de vestir o traje vermelho e desempenhar seu papel. “Ser Papai Noel é algo que transcende. Não importa a cor, o credo ou a origem da criança. É sobre transmitir amor e felicidade”, diz.
Além de atender pedidos pela cidade, Gladimir reserva um momento especial para sua família no dia do Natal. Em sua casa, é tradição que ele aparece caracterizado para entregar presentes aos netos. “Eles não sabem que sou eu. Criamos toda uma expectativa, e quanto o Papai Noel chega, é sempre um momento mágico”, compartilha. Ele destaca que preservar essa fantasia é essencial para a infância. “Deixar as crianças acreditarem no Papai Noel é manter viva a inocência e a magia”.
À medida que se prepara para mais uma temporada natalina, Gladimir reflete sobre a importância do trabalho voluntário que realiza há décadas. “Enquanto eu puder vestir essa roupa e levar alegria, continuarei. Não tem preço ver uma criança sorrindo emocionada”, afirma.
Para este Natal, ele deixa um recado especial. “Que seja um momento de luz, paz e união para todas as famílias. Precisamos de oração e esperança para superar desafios e construir um futuro melhor, especialmente para nossas crianças. Feliz Natal a todos!”.
Em Palma Sola, a presença de Gladimir como Papai Noel não é apenas um gesto simbólico, mas um lembrete de que o verdadeiro espírito natalino está em espalhar amor e fazer a diferença na vida de quem mais precisa.
 
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