Klau Pauletti: A força da persistência e novos desafios no handebol
De Palma Sola para a Europa, a atleta compartilha sua trajetória de superação, a importância do esporte na vida e seus planos de seguir carreira internacional
Jéssica Rebelatto - Palma Sola
31/01/2025 15h00 - Atualizado há 4 dias
Klaudimara Pauletti, ou Klau, é exemplo de dedicação e persistência no handebol, conquistando seu espaço em clubes nacionais e se preparando para a Europa.
Aos 24 anos, a atleta Klaudimara Pauletti, ou simplesmente Klau Pauletti, tem uma história marcada pela persistência, dedicação e desafios superados. Natural do interior de Palma Sola, ela começou sua trajetória no handebol de forma improvável e, ao longo dos anos, construiu uma carreira sólida, conquistando conhecimento e oportunidades dentro e fora do Brasil.
“Acredito em destino, que as coisas acontecem como tem que ser. Morava no interior até os dez anos e não praticava nenhum esporte, até que minha casa pegou fogo e me mudei para a cidade. Por influência de amigas fui para a escolinha de handebol. A partir daí, tudo aconteceu de forma que parecia predestinado”, contou.
Em Palma Sola, cidade onde começou a jogar, inicialmente, Klau não se destacava, mas sua persistência e dedicação a tornaram uma atleta cada vez mais visível. “Eu era muito pequena, sempre ficava no banco, mas estava lá, buscando meu espaço e sempre tentando. A persistência foi o que me fez chegar até aqui”, lembra. Ao longo da carreira, ela enfrentou desafios como adaptação a novos clubes, como o de São Paulo, onde permaneceu apenas um mês, mas logo se encontrou em outras equipes, como Itajaí e Balneário Camboriú.
Em 2017, uma oportunidade decisiva apareceu. Durante um campeonato regional para a seleção brasileira em Palma Sola, Klau foi observada pelo treinador Cubano, que se impressionou com sua habilidade e a convidou para jogar em São Paulo. Ela se adaptou aos poucos, e ao longo dos anos, vestiu as cores de clubes renomados como o Nacional Handebol Clube, de São José, e, atualmente, segue carreira sem definir qual será o próximo time.
O handebol não só lhe proporcionou uma carreira no esporte, mas também uma formação acadêmica. Klau está prestes a se formar em Enfermagem, um curso viabilizado a partir das bolsas de atleta que conquistou. “Nunca precisei pagar nada pela faculdade. O handebol me deu tudo isso, além da oportunidade de conhecer o Brasil inteiro e até alguns lugares fora do país”, afirmou.
Com metas claras em sua mente, como se formar e seguir sua carreira internacional, Klau está com planos de jogar na Europa ainda este ano. “Estou em negociação com clubes europeus, e provavelmente, irei para lá ainda este ano. A Europa é um novo desafio, um novo ciclo para a minha carreira. E, ao mesmo tempo, sei que minha formação acadêmica será fundamental quando minha carreira no esporte chegar ao fim”, explicou.
A atleta destaca que sua trajetória não é fácil e reforça a importância da persistência para quem sonha em se tornar um atleta de alto nível. “Muitas meninas desistem, acham que não tem talento suficiente, mas o que faz a diferença é a dedicação. Existem muitas pessoas talentosas que não conseguem alcançar seus objetivos porque não se dedicam o suficiente, porque não tem a disciplina necessária. A persistência vence o talento”, disse.
Klau também enfatiza a importância do esporte para a formação do ser humano. “O esporte salva vidas, ensina disciplina, responsabilidade e comprometimento. Ele é fundamental para o crescimento pessoal de qualquer pessoa”, afirmou, com convicção.
Apesar de todas as conquistas, ela acredita que o handebol ainda não recebe a valorização que merece, especialmente no Brasil, onde esportes como o vôlei e o futebol são mais populares. “Vejo muitos talentos por aí, mas a falta de oportunidade impede muitos de se desenvolverem no esporte. O handebol precisa de mais visibilidade, mais apoio”, opinou.
Por fim, a atleta deixou uma mensagem para as meninas que sonham em seguir o caminho do esporte. “Não desistam, lutem pelos seus sonhos. Com disciplina, persistência e confiança, tudo é possível. Deus coloca tudo no tempo certo”, concluiu, com um sorriso confiante no rosto.