Cinco jovens atletas de handebol de Palma Sola conquistaram bolsas estaduais após se destacarem no Campeonato Brasileiro de Seleções, realizado no Mato Grosso do Sul. O incentivo financeiro, que chega a cerca de R$ 840 por mês, oferece um suporte importante para as jogadoras e destaca o papel do esporte como uma ferramenta de desenvolvimento e oportunidades.
As atletas Maria Eduarda Klein de Matos, Jaqueline da Silva Ribeiro, Julia Dalle Laste, Laura Guardini e Laura Ferrazzo foram convocadas para integrar a equipe da categoria cadete que representou Santa Catarina no campeonato de seleções. A equipe ficou em terceiro lugar no campeonato, garantindo não apenas o lugar no pódio, mas também o direito à bolsa oferecida pelo governo estadual.
Para manter o benefício, as jogadoras devem seguir uma rotina disciplinada de treinamentos, comparável a um trabalho formal. “Precisamos registrar a presença, cumprir os treinos e seguir as exigências da preparação física. Se faltar, há descontos na bolsa, assim como ocorre em um emprego”, explicam as atletas.
Os treinamentos incluem musculação, exercícios de resistência e mobilidade, além de preparação técnica específica para o handebol. Alimentação adequada e descanso também fazem parte da rotina. “Dormir bem e se alimentar corretamente é fundamental para suportar a intensidade dos treinos e dos jogos”, destacam.
Apesar das conquistas, as jovens enfrentam desafios diários, como a falta de materiais e infraestrutura. “Temos poucas bolas e precisamos revezar o uso. Isso pode impactar o ritmo do treino, mas continuamos trabalhando com o que temos”, relatam.
Outro desafio é o equilíbrio entre a vida pessoal e a dedicação ao esporte. “Muitas vezes abrimos mão de saídas com amigos e momentos de lazer para treinar e competir. Não é fácil, mas acreditamos que vale a pena”, afirmam.
Para muitas das jogadoras, a bolsa representa mais do que um incentivo financeiro; é uma oportunidade de continuar no esporte sem precisar buscar outras formas de renda. “Com essa ajuda, podemos comprar equipamentos, investir na nossa carreira esportiva e até contribuir em casa. Muitas meninas, ao chegarem na adolescência, acabam deixando o esporte para trabalhar. Essa bolsa evita que isso aconteça”, explicam.
O programa de bolsas é um projeto estadual sancionado pelo governador Jorginho Mello (PL) e gerenciado pela Federação Catarinense de Esporte (Fesporte). Ele é renovável anualmente, desde que as atletas continuem competindo em alto nível. Além da bolsa estadual, alguns atletas também podem receber incentivos municipais e federais, dependendo da categoria em que competem.
Para a treinadora Rosane Dalle Laste, a conquista das bolsas é um motivo de grande satisfação. “Saber que nosso trabalho está oferecendo oportunidades para essas meninas é gratificante. Muitas delas poderão, no futuro, obter bolsas universitárias e continuar crescendo no esporte”, ressalta.
Rosane também destaca a importância do apoio familiar. “A família é um pilar fundamental. Se os pais não incentivam, o psicológico da atleta fica abalado, e isso pode afetar seu desempenho. Felizmente, nossas meninas têm o suporte necessário para seguir firmes”.
Uma das atletas beneficiadas, Laura Ferazzo, decidiu não continuar nos treinamentos, o que resultou na perda de sua bolsa. “Foi uma decisão pessoal dela, e respeitamos”.
As atletas já se preparam para novas competições com o objetivo de manter e até conquistar novas bolsas. “Queremos participar dos próximos campeonatos nacionais e estaduais para garantir nossa permanência no programa. O objetivo é seguir no esporte e buscar novos patamares”, dizem.
A conquista dessas bolsas não é apenas um incentivo para as atletas atuais, mas também um exemplo para as mais jovens que estão começando no esporte. “Saber que podemos ser recompensadas por algo que gostamos de fazer é um grande estímulo para continuar treinando e sonhando alto”, finalizam.
