Após enfrentar uma das piores estiagens dos últimos anos, Anchieta começa a se recuperar graças às chuvas das últimas semanas, que somaram cerca de 170 milímetros. O volume foi suficiente para interromper a busca emergencial por água, que chegou a mobilizar três caminhões-pipa no auge da seca.
“Graças a Deus, essa chuva veio e nos ajudou bastante. Já não estamos mais tendo a procura de água”, explicou Leandro Pandolfo, secretário municipal da Agricultura.
Apesar do alívio momentâneo, os prejuízos causados pela estiagem ainda são profundos. Segundo Pandolfo, a primeira safra de soja teve perda de 30%, o milho para silagem registrou queda de 40%, e a produção de leite também foi bastante afetada. “As perdas foram grandes e ainda sentimos os reflexos na produção”, afirmou.
A Prefeitura optou por manter o decreto de emergência, o que permite aos agricultores o acesso a linhas de crédito e apoio emergencial. Em parceria com a EPAGRI, o município está incentivando a construção de cisternas como forma de prevenção a novas estiagens. Os programas disponíveis oferecem até 50% de subsídio para construção de reservatórios e horas de máquina para execução das obras.
A estimativa é de que pelo menos 20 famílias já tenham aderido à instalação de cisternas. “Hoje a gente indica aos agricultores que busquem fazer uma cisterna na propriedade. É uma forma de garantir água por pelo menos 30 ou 40 dias em períodos de seca”, destacou o secretário.
Embora as chuvas recentes tenham reduzido a preocupação, a previsão da Defesa Civil ainda aponta meses de abril e maio com tendência de tempo seco. A Secretaria da Agricultura afirma estar em estado de alerta e preparada para atuar novamente, caso o cenário se repita.