Com o objetivo de promover o equilíbrio emocional e físico dos educadores, o colégio POPS, de Anchieta, deu início a um projeto inovador voltado exclusivamente ao bem-estar dos professores. A iniciativa oferece oficinas quinzenais de práticas como yoga, reiki, ginástica laboral, psicologia e aromaterapia, sempre em horários alternativos ao das aulas, buscando proporcionar momentos de autocuidado e preparação para os desafios da rotina escolar.
Segundo a diretora Juliane Christoff, o projeto nasceu da preocupação crescente com a saúde mental dos professores, cada vez mais afetada pelas pressões da profissão e pelo desinteresse dos alunos. “há alguns anos os professores se mostravam esgotados perto do fim do ano. Hoje, já no primeiro mês letivo, muitos relatam cansaço, desânimo e adoecimentos frequentes”, comenta. O foco, segundo ela, é oferecer ferramentas para que os docentes possam entrar em sala de aula mais centrados, calmos e motivados.
As oficinas ocorrem em dois formatos, intercalando manhãs e tardes, para atender o maior número possível de participantes. Em uma semana, as atividades são realizadas às segundas e quartas, das 7h às 7h30, e, na semana seguinte, às terças e quintas, das 12h45 às 13h15. A programação prevê a participação de profissionais especializados, como fisioterapeutas, psicólogas e instrutoras de yoga, que vêm oferecendo espaços de relaxamento e conexão pessoal para os educadores.
Débora Piccoli Bertolini, fisioterapeuta e instrutora de yoga, destaca a importância de os professores estarem emocionalmente equilibrados para lidarem com os alunos. “Eu vejo a necessidade de os professores estarem bem, né? Então, principalmente para chegarem em um estado de mais calma, centramento, para conseguir dar aula e não deixar o âmbito escolar afetar”, comentou. “O yoga vai trazer ferramentas para eles aprenderem a respirar, entender os próprios sentimentos, para que consigam entender melhor os alunos também”.
Já Tainá Tabata Schultz, que ministra a oficina de ginástica laboral, acredita que a proposta ajudará os professores a se conectarem consigo mesmos. “é um momento deles com eles mesmos. Eles podem aproveitar para relaxar, criar um momento de conexão, e a partir disso repassar isso para os alunos também”, afirmou. Ela disse ainda estar otimista com os resultados: “pensamos o projeto de forma íntegra, cada conteúdo foi pensado para atingir um âmbito do que buscamos oferecer”.
O financiamento do projeto foi viabilizado por meio de recursos provenientes da comarca de Anchieta, oriundos de valores arrecadados com multas judiciais e destinados a projetos de interesse público. De tempos em tempos, o fórum local abre editais para que escolas e outras entidades apresentem propostas, e o Colégio POPS teve seu projeto aprovado após enviar a documentação com orçamentos detalhados.
Juliane ressalta que o projeto tem previsão inicial de seis meses, mas a intenção é que continue nos próximos anos, mesmo que seja necessário buscar novos meios de financiamento. “A gente está apostando bastante fé nele. É um projeto inovador. Se o professor estiver bem, com certeza o aluno será o maior beneficiado”, finalizou.