Nos últimos 20 dias, a Secretaria Municipal de Saúde de Palma Sola contabilizou 1.071 atendimentos fora do domicílio [uma média de aproximadamente 54 consultas por dia], número esse que revela a intensa demanda por serviços especializados não disponíveis no município. Em alguns dias, mais de 100 pacientes precisaram ser transportados para realizar exames, consultas e cirurgias em cidades de Santa Catarina e Paraná.
Segundo a secretária de saúde, Elizandra da Silva, os principais destinos incluem Chapecó-SC, Xanxerê-SC, Cascavel-PR, Florianópolis-SC, São Miguel do Oeste-SC, Pato Branco-PR e Joaçaba-SC, além de municípios como Palmitos-SC, Concórdia-SC, Iporã do Oeste-SC, São José do Cedro-SC, Dionísio Cerqueira-SC, Abelardo Luz-SC, Coronel Vivida-PR, Chopinzinho-PR, São Lourenço do Oeste-SC e Cunha Porã-SC.
A demanda é impulsionada por atendimentos especializados, já que Palma Sola conta apenas com ginecologista e pediatra fixos, além de exames como ultrassons e radiografias realizados no Luke Hospital: “O hospital está ampliando os serviços, trazendo a ortopedia para cá, mas, no geral, ainda somos dependentes de centros maiores”, explica Elizandra.
Para atender essa logística, a Secretaria dispõe de 10 veículos, entre eles duas ambulâncias, e nove motoristas que viajam diariamente. Segundo a secretária, a média do custo mensal, somente com o transporte, chega a R$ 60 mil, enquanto o investimento total realizado pela Administração Municipal na Saúde, é de aproximadamente R$ 1,2 milhão por mês, incluindo exames, consultas, cirurgias, procedimentos, manutenções e salários de profissionais.
Mesmo com melhorias no acesso, a fila de espera para especialidades do SUS é constante: “A fila é viva. Mesmo que seja zerada em um momento, logo volta a ter pacientes aguardando. Mas muitos exames hoje têm agendamento imediato, como mamografia, tomografia e eletroencefalograma”, explica a secretária.
O aumento no número de atendimentos é resultado da adesão a consórcios e da ampliação da oferta de serviços pelo próprio SUS e pelo governo do Estado, que tem promovido campanhas de cirurgias de alta complexidade.
Entre os desafios, Elizandra cita a necessidade de garantir segurança no transporte, manter os veículos e os motoristas disponíveis, e lidar com o alto custo das viagens, muitas vezes sem repasse suficiente dos governos estadual e federal.
A ampliação da oferta de especialidades no município está nos planos, mas depende de estrutura física e disponibilidade de profissionais. Outro ponto que preocupa é o absenteísmo [ausência de pacientes em consultas]: “A maioria comparece, mas ainda há casos de pessoas que confirmam e não aparecem. Isso prejudica as filas e causa prejuízo financeiro, já que o município paga, mesmo quando o paciente não comparece”, finaliza a secretária de saúde.