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Discutindo a saúde mental dos trabalhadores

Devido ao aumento no número de pacientes com transtornos mentais a Secretaria de Saúde de Campo Erê tem desenvolvido palestras com foco na prevenção e promoção da Saúde

Ruthe Kezia - Campo Erê
08/09/2025 08h00 - Atualizado há 16 horas
Discutindo a saúde mental dos trabalhadores
Durante a conversa, o médico destacou que a saúde mental está entre as principais demandas atuais. Ele conta que o Brasil é o país mais ansioso e em nível estadual, SC aparece em 2º lugar. (Foto: Divulgação)

Colaboradores do Mercado Amauri, de Campo Erê, participaram de uma palestra conduzida pelo médico Fárley Kennedy, que abordou um tema cada vez mais presente no dia a dia das empresas: a saúde mental dos trabalhadores. O encontro fez parte de uma série de ações mensais realizadas pela Secretaria Municipal de Saúde em parceria com empresas do município, com foco na prevenção e promoção da saúde.

Durante a conversa, o médico destacou que a saúde mental está entre as principais demandas atuais, tanto no ambiente corporativo quanto na vida pessoal. Segundo ele, ansiedade e depressão caminham juntas e afetam diretamente a produtividade e a qualidade de vida dos profissionais.

Um dos dados apresentados chama a atenção: 32% dos trabalhadores no Brasil sofrem de síndrome de burnout, um esgotamento físico e mental causado pelo excesso de trabalho e pressões emocionais.

 

Brasil lidera índices de ansiedade

Fárley citou pesquisas que colocam o Brasil como o país mais ansioso do mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS), destaca o Brasil como o país com a maior prevalência de transtornos de ansiedade no planeta, com dados que indicam que 9,3% da população brasileira já enfrentou algum tipo de ansiedade. A Organização das Nações Unidas (ONU), aponta o Brasil como o país com o maior número de casos de ansiedade. De acordo com estudos, cerca de 18,6 milhões de brasileiros convivem ou já enfrentaram algum tipo de ansiedade.

Outros países mencionados em rankings semelhantes incluem o Paraguai, a Noruega, a Nova Zelândia e a Austrália.

De acordo com ele, em nível estadual, Santa Catarina aparece em 2º lugar, atrás apenas do Distrito Federal. O médico lembrou ainda que a incidência é maior entre as mulheres, devido à sobrecarga de papéis. Muitas mulheres além do trabalho, assumem as responsabilidades do lar.

Entre os jovens, o aumento dos casos de ansiedade tem relação direta com a falta de sono reparador, uso excessivo de telas e até o consumo de bebidas energéticas, apontadas como fatores que podem desencadear transtornos emocionais.

 

Impactos sociais e locais

De acordo com os dados compartilhados, quando há necessidade de afastamento por problemas psicológicos, o período médio chega a três meses, gerando impactos tanto para o trabalhador quanto para as empresas.

Em Campo Erê, só no primeiro semestre deste ano, foram distribuídos aproximadamente 500 mil comprimidos: “Entre janeiro e julho, a Secretaria de Saúde de Campo Erê distribuiu quase 500 mil comprimidos para tratamentos de ansiedade, depressão e demais transtornos mentais”, destaca o médico.

Fárley ressaltou que, embora o tratamento medicamentoso seja importante, existem outras formas de cuidado, como acompanhamento psicológico, terapias alternativas [reiki e acupuntura] e atendimentos especializados no CAPS [Centro de Atenção Psicossocial]. Ele também reforçou que o CAPS não atende apenas casos graves, mas qualquer pessoa que precise de orientação ou acompanhamento.

 

Dúvidas frequentes dos trabalhadores

Durante a palestra, uma das principais preocupações levantadas foi o medo de dependência dos medicamentos. Fárley explicou que cada tratamento é individual e não existe um padrão único. “A ansiedade até certo ponto é normal, mas quando passa a limitar a vida de uma pessoa, é preciso buscar ajuda”, frisou.

Para o médico, momentos como esse dentro das empresas são fundamentais para aproximar profissionais de saúde da comunidade e quebrar tabus: “Foi um bate-papo, não uma palestra rígida. Queremos ser parceiros, amigos, mostrar que estamos com as portas abertas, para quem sentir necessidade de conversar ou buscar tratamento”, concluiu.

 

 

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