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A tela que isola e a presença que constrói

Coluna de opinião do jornal impresso

Igor Vissotto
18/10/2025 10h00 - Atualizado há 2 semanas

Em um mundo cada vez mais digital, onde a atenção é o bem mais disputado, a educação das nossas crianças enfrenta uma batalha silenciosa. De um lado, a tentação hipnótica das telas, com seus estímulos rápidos e viciantes. Do outro, a necessidade humana fundamental de conexão, diálogo e acompanhamento atento. A participação dos pais na vida escolar dos filhos – da lição de casa às reuniões na escola – nunca foi tão crucial, nem tão ameaçada pelo uso excessivo de dispositivos digitais.

A relação entre família e escola deve ser uma parceria sólida, um alicerce para o desenvolvimento completo da criança. Não se trata apenas de cobrar boas notas, mas de se envolver genuinamente nas rotinas e conquistas dos filhos, mostrando que a escola é uma extensão do ambiente familiar. Quando pais e educadores caminham juntos, criam um "círculo virtuoso" onde a criança se sente o foco principal, recebendo apoio integral em seu desenvolvimento. Esse envolvimento gera um ambiente de segurança e confiança, onde o aluno se sente amparado para explorar o conhecimento e se expressar sem medo.

 

A presença que faz a diferença

A participação efetiva dos pais se manifesta de várias formas:

1. Acompanhamento da rotina diária: criar um ambiente convidativo para os estudos em casa, ajudar a definir um cronograma equilibrado e estar presente durante a lição de casa permite que os pais identifiquem dificuldades rapidamente e as comuniquem à escola. Cada filho é um filho, na minha casa o Augusto é o mais baseado, se ele puder deixa os desenhos para a irmã fazer e na preguiça de fazer conta fica esperando eu ou a Marieli fazer os cálculos por ele. Já na leitura ele vai muitíssimo bem. A Lorena, por sua vez, é tão acelerada que acaba fazendo os temas de casa ainda na escola, no intervalo de uma aula e outra.

2. Comunicação constante com a escola: Participar de reuniões e eventos vai além da burocracia de boletins; é uma oportunidade de se aprofundar na proposta pedagógica, conhecer os educadores e fortalecer a comunidade escolar. Há uns 20 dias, ficamos sabendo de algumas ‘proesas’ do Augusto na escola, a Marieli já tinha falado com a professora Merlânia (que por sinal é excelente), mas eu também fui até a escola. Resultado: o Augusto está sem tela por tempo indeterminado. E estou espantado em como isso está fazendo bem pra ele e todos nós.

3. Valorização da educação no Dia a Dia: Atitudes simples têm impacto profundo. Conversar sobre o que se aprende na escola, estimular a leitura e, sobretudo, ler em voz alta para os pequenos são práticas comprovadamente eficazes.

 

O vício nas telas

Enquanto os pais se esforçam para construir essa base, o excesso de tempo em frente a celulares, tablets e televisores atua como uma força contrária, com consequências alarmantes. Evidências científicas mostram que a superexposição a telas está associada a uma série de prejuízos:

 

  1. Atrasos Cognitivos e de Linguagem: Crianças menores de cinco anos que passam mais de duas horas diárias com telas podem apresentar atrasos na fala. O motivo é direto: o tempo na tela substitui as interações verbais e sociais essenciais para o desenvolvimento da linguagem.
  2. Déficit de atenção e problemas de aprendizagem: A rápida alternância de estímulos visuais e sonoros dos conteúdos digitais está ligada a uma maior prevalência de déficits de atenção.
  3. Crianças que usam telas perto da hora de dormir têm a duração e a qualidade do sono reduzidas, o que afeta diretamente o humor e a capacidade de aprendizado.
  4. O uso excessivo está associado a ansiedade, depressão e agressividade. Além disso, limita as oportunidades de a criança praticar habilidades interpessoais cruciais, como lidar com conflitos e tomar decisões, prejudicando seu desenvolvimento psicomotor e social.

 

 

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