01/03/2017 às 09h57min - Atualizada em 01/03/2017 às 09h57min

Familiares pedem justiça no velório das três irmãs

Nelcir DallAgnol/ WH Comunicações

O feriado de Carnaval seria o dia de reunir a família Horbach para um churrasco. Mas eles acabaram se reunindo para chorar e lamentar a morte de Julyane, 23 anos, Rafaela, 15 anos, e Fabiane Horbach, de 12 anos, em um triplo homicídio ocorrido por volta das 21h de terça-feira, na linha Sabiazinho, interior de Cunha Porã. O enterro aconteceu na mesma cidade, na tarde desta terça-feira.

Julyane e Rafaela moravam com o marido da mais velha, Gilvani Meyer, e o filho de Rafaela, de dois meses. Fabiane tinha ido visitar as irmãs no feriado e acabou sendo vítima também. Sobraram o bebê, ileso, e Meyer, que está hospitalizado em São Miguel do Oeste.

“ É terrível, era para a gente estar junto e agora as três estão ali”, disse o pai, Neuri Horbach, 52 anos, apontando para o caixão das filhas, que foram veladas no salão da Igreja Evangélica Congregacional do Brasil, em Cunha Porã.  “Acho que foi vingança pois ela não queira mais ele”, afirmou Neuri.

Ele disse que a filha começou a namorar com Lahr e engravidou dele ainda com 14 anos. Mas depois ela havia descoberto que o namorado tinha outra mulher. Com isso, terminou o relacionamento e deixou de permitir que ele visitasse a criança. 

Neuri confirma as ameaças que o ex-namorado fez. Primeiro foi para a irmã mais velha, que teria acolhido Rafaela em sua casa. Depois se estendeu para toda a família: “Ele afirmou que iria matar todos”. Não adiantou o boletim de ocorrência e a medida judicial que impedia ele de se aproximar. O pai das vítimas ressaltou que quer justiça.

Um dos tios, Arcílio Horbach, lembra que já havia aconselhado a sobrinha a não morar com Jackson Lahr, que é agricultor, no interior de Cunhataí. Segundo o tio, ele estava acostumado a levar uma vida de solteiro. Lahr era primo de sua esposa, frequentavam churrascos de final de semana. 

Segundo Horbach, o jovem reclamava de não poder ver o filho. Ele recomendava que que esperasse a decisão judicial. Nunca imaginava que fosse acontecer tamanha tragédia familiar.

Arcílio Horbach lembrou que Fabiane tinha ido junto com sua família passar as férias na praia de Tramandaí, no Rio Grande do Sul. “Foi a primeira vez que ela viu o mar”, lembrou.

A dor da família Horbach chocou toda a cidade de 11 mil habitantes. Até os policiais, acostumados a atender ocorrências de violência, ficaram estarrecidos com o caso. Na cidade, um homicídio já era algo incomum, três de uma vez abre uma ferida social que se transforma em dor não apenas familiar, mas coletiva.

Fonte: Clic RBS


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