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17/06/2020 às 09h16min - Atualizada em 17/06/2020 às 09h16min

Arquiteta de formação e artesã de coração

Em meio ao isolamento social, milhares de empresas e comerciantes precisaram modificar seu fluxo de trabalho e se adaptar ao novo, o que não é diferente para a Nayani Dalmagro, moradora de São José do Cedro. A cedrense de 29 anos, formada em Arquitetura e Urbanismo, fortaleceu o seu comércio em meio a pandemia. Em seu espaço, intitulado ND Ateliê, fabrica produtos manuais, utilizando feltro, tecido, MDF, sublimação e outros.
“Antes da pandemia o meu novo espaço seria inaugurado, que é atrás da minha casa. Junto disso, eu ia divulgar as minhas produções novas, que são a decoração de canecas e sublimação em almofadas. Mas como não pode acontecer, foi tudo pelas redes sociais”, conta a cedrense. Até ano passado, usava seu talento com artesanato como hobby.
 
História por trás do talento
Desde 2012, Nayani é artesã, iniciou com um pequeno curso de Pet Aplique e expandiu os serviços ao passar dos anos. “Moro com meus avós há 22 anos, assim que minha mãe faleceu me mudei. Eles possuíam um comércio, e logo que venderam a avó precisava de uma ocupação. O avô ia para a chácara e ela ficava sem fazer nenhuma atividade. Fui para o litoral fazer o curso e quando voltei ensinei ela a fazer o caseado; fazíamos para presente e uso. Nisso outras pessoas começaram a entrar em contato pedindo se não fazíamos outras coisas”, explica.
Segundo a cedrense, no início, possuía apenas uma caixinha de materiais e a utilizada em um cômodo de sua casa. Hoje, já são mais produtos e um novo espaço. “Sempre tive um trabalho paralelo. Mas no ano passado meu avô adoeceu, e me afastei do serviço, depois decidiu que se dedicaria exclusivamente ao ateliê e isso só foi crescendo, comecei a desenvolver diversos produtos. Quando trabalhava e fazia faculdade, muitas vezes precisava virar a noite para entregar os pedidos. Agora está mais tranquilo, por mais que continuo virando as noites”, esclarece.
“Antes quando era em casa não era muito movimentado, agora que possuo um espaço em si, as pessoas o usam como ponto de referência e começaram a procurar mais. Fui aprendendo coisas novas pela internet e em revistas, mas desde criança gosto desse trabalho.  Quando comecei não tinha nome e nem logo; fiz um curso de marketing digital e isso ajudou muito. Hoje não tenho nem ideia de voltar ao mercado de trabalho, gosto de fazer os materiais e tenho meu horário próprio de trabalho”, continua.
 
1º feira, preços e fabricação
Conforme a cedrense, ainda neste ano, participou da sua primeira feira artesanal. “Santa Catarina faz um registro de artesã, fui a Chapecó para fazer o meu, e com isso ganhei um código [registro] e posso participar de todas as feiras do estado. Fiz também o CNPJ”, destaca a artesã. Os produtos fabricados variam de R$ 2 a R$ 120.
 “As pessoas me pagam para fazer o que eu gosto. No começo eu tinha dificuldade de cobrar, pois é difícil precificar um artesanato. O material acaba não sendo muito, mas como são coisas minuciosas, leva tempo. Vai uns três dias para fazer algumas coisas e umas 24 horas para outras. Depois que tem o molde é mais rápido”, enfatiza.
Ainda conforme ela, a única dificuldade que ainda encontra é a compra dos materiais, pois muitos vem de encomendas. “Outro problema é com o envio, pois não vale a pena eu enviar pela internet, o comprador acaba pagando o dobro por causa do frete. Queria colocar para entregar em todo o Brasil, só que o frete não compensa. Tenho muitos clientes na região e acaba que eles mesmos precisam vim buscar”, finaliza.
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