13/08/2020 às 08h05min - Atualizada em 13/08/2020 às 08h05min

Volta das aulas deve ser liberada?

Reforço, que diferente das demais páginas deste jornal, este espaço é de opinião. E aqui segue o meu ponto de vista sobre a retomada das aulas presenciais.
Acredito que a retomadas das aulas deve ser uma prioridade dos governos municipais, estaduais e federais. Assim como as atribuições da saúde pública que são distribuídas entre os três entes da federação: União, estados e municípios.
Dias atrás o Ministro Marco Aurélio tuitou a respeito da pandemia: “O pior erro na formulação das políticas públicas, é a omissão, sobretudo para ações essenciais”. Concordo com o Marco Aurélio, não dá para as prefeituras ficarem se omitindo, e justificando a falta de decisão em razão do ente maior, seja ele o Estado ou a União.
“Isolamento social, segundo a ciência é a forma mais eficaz de combate a pandemia, visto que ainda não há vacina contra a doença”. Esta posição se torna indefensável diante das recentes declarações do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) que foi categórico afirmando que talvez nunca haja cura, nem vacina eficaz contra o coronavírus. “Não existe bala de prata no momento e talvez nunca exista. Há preocupação de que talvez não tenhamos uma vacina que funcione, ou que a proteção oferecida possa durar apenas alguns meses, nada mais” afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom.
Agora quero citar um trecho de um artigo publicado pela ONU: “Quanto mais tempo durar a interrupção da educação escolar, maior será a perda de aprendizado. Assim quando mais cedo às escolas possam reabrir, menores serão os riscos de ocorrerem danos de longo prazo na jornada de aprendizagem e no bem estar de milhões de crianças”.
Algumas escolas particulares estão voltando a reabrir as portas, tomando medidas de segurança, distanciamento, uso de álcool gel, máscara e estas coisas que já sabemos.
Me deixa perplexo, constatar que a educação não é vista como um serviço essencial! Aqui no Brasil não é assim, aqui as prefeituras abrem Shoppings, academias, barbearias, bares, restaurantes, até torneio de baralho e 48 se vê na região!
 
Ciência
Também é fato que a morte por Covid-19 em crianças são muito raras. A confirmação do que escrevi é feita por um estudo feito na Europa, esse é o primeiro grande estudo a comprovar que o coronavírus causa predominantemente doenças leves nos pequenos. Quem estiver duvidando é só dar um Google sobre o periódico científico The Lancet Child & Adolescent Health. Para chegar a esta conclusão os cientistas analisaram 582 crianças e adolescentes, com idade entre 3 dias e 18 anos, na Europa. Todos os pacientes foram atendidos em hospital e realizaram teste PCR-RT para Covid-19.
Os resultados mostraram que 62% dos pacientes precisaram ser internados no hospital e cerca de 8% precisaram de terapia intensiva. Apenas 25% tinham condições médicas pré-existentes. Praticamente o oposto em relação a adultos. Os resultados deste estudo mostram que o sintoma mais comum relatado foi febre (65% dos pacientes). Cerca de metade das crianças apresentava sinais de infecção do trato respiratório superior e um quarto apresentava evidências de pneumonia. Sintomas gastrointestinais foram relatados em 22% das crianças e cerca de 30% dessas não apresentaram sequer sintomas respiratórios.
Quem quiser saber mais pode ir lá no site da Revista Veja e ler todo o resumo do artigo. Vale a pena.
 
Ensino a distância
É válido o esforço empregado no ensino a distância (EAD), mas notadamente está muito longe daquilo que se aprende presencialmente. Todos os professores com os quais conversei afirmam que haverá perdas de aprendizagem. E o problema se agrava ainda mais quando se trata de crianças e adolescentes que não têm acesso a computadores e a internet.
Para mim, as aulas devem ser retomadas, o quanto antes. É claro que este é um assunto polêmico, há pais que querem, outros que não querem mandar seus filhos de volta a escola e o mesmo pode se dizer dos professores. Para mim o ideal é que as escolas deem condições para que as famílias possam exercer seu poder de escolha.
Aos meus olhos, infelizmente teremos que nos acostumar e aprender a conviver com esta doença.
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