24/10/2020 às 09h05min - Atualizada em 24/10/2020 às 09h05min

UPA investe em mecanismo para escanear visitantes

O “Body Scan” é considerado de suma importância nas unidades prisionais, pois permite que objetos ilícitos sejam detectados

Larissa Dias
Da redação com colaboração da Rádio Integração
A entrada de armas, drogas e celulares em presídios é uma grande preocupação para os gestores dessas unidades. Geralmente, esses e outros ilícitos alcançam os detentos por meio de visitantes que usam a criatividade para esconder os itens em costuras ocultas de roupas, em vasilhas e até em partes íntimas. Nos últimos anos, porém, essas pessoas têm sido surpreendidas pelo Body Scan.
Esse equipamento é uma das soluções de segurança que vem em auxílio dos agentes penitenciários e seus gestores a fim de oferecer maior eficiência, segurança e agilidade ao processo de inspeção, sem violar a dignidade dos visitantes, pois elimina o procedimento de vistoria íntima, evitando, assim, imensas filas formadas nos dias das visitas.
Venturosamente, o gestor da Unidade Prisional Avançada (UPA), de São José do Cedro, Sílvio Gutz, comemora mais essa aquisição para o município. “Estamos investindo mais de R$ 300 mil. O nosso objetivo é garantir a segurança da unidade e tudo o que estiver ao nosso alcance para isso, estaremos buscando adquirir”, comenta.
       
Como o Body Scan funciona?
Segundo a agente penitenciária Regiane, este é um aparato de inspeção corporal, que funciona por meio da emissão de baixas doses de raios-X e permite averiguar se o inspecionado está portando objetos considerados impróprios, tanto fora do corpo — dentro das roupas ou por baixo delas — quanto dentro dele, pois trabalha com a geração de imagens em alta definição. Por exemplo, ninguém pode entrar com nada dentro do bolso em um presídio. Então, se a pessoa estiver com algo, será exibido pelo equipamento.
Dessa forma, é importante que o agente penitenciário que fará a revista tenha um bom conhecimento da anatomia do corpo humano. Com capacitação e experiência, ao detectar formas incomuns, é possível identificar se há cápsulas dentro do bolo estomacal, por exemplo. Constatada a anomalia, serão tomadas ações adicionais para investigar possíveis itens ilegais que visitantes possam portar. “Antes da inspeção, é necessário um cadastro com informações pessoais, além de peso e altura, para calibrar a quantidade necessária de radiação que deve ser emitida”, explica.
 
Diferenciais do aparelho
Atualmente, a revista demora cerca de 30 minutos. Com o equipamento, é possível fazer em cerca de sete segundos, e com muito mais eficiência. Existem presídios que recebem simultaneamente milhares de visitantes aos fins de semana. Em um cenário tradicional de revista manual, as pessoas chegam, formam a fila e, de 10 em 10, despem-se e são rigorosamente revistadas.
O processo com o body scan é muito mais ágil, sem grandes interrupções no andamento da fila de revista, em um processo mais fluido. Além disso, é um método muito menos invasivo, pois não há a necessidade de o agente de inspeção tocar no inspecionado — o que pode gerar certo mal-estar. Sem falar que o visitante também não precisa tirar as roupas, evitando situações e posições constrangedoras.
Além da economia de tempo, podemos destacar a economia operacional. O processo atual requer uma quantidade absurda de agentes para poder controlar e ver todas as pessoas, isso tudo é custo para a unidade — e esses agentes poderiam fazer outras tarefas. Com essa ferramenta, os profissionais podem ser redirecionados para outras atividades, tendo em vista que o equipamento faz a parte mais complexa do processo de inspeção.
 
Como ele é implementado
Regiane destaca que este equipamento pode ser instalado em pisos convencionais e não requer nenhum tipo de adequação de infraestrutura mais complexa. Com um ponto de energia e um piso nivelado, é possível fazer a instalação. A grande preocupação é sobre a radiação. Todo equipamento de raios-X emite radiação à sua volta. Sendo assim, o gestor e a parte contratante precisam se preocupar com a radioproteção, pois a segurança e a integridade de todos estão envolvidas no processo, não apenas do inspecionado, mas também daqueles que circulam próximo ao equipamento.
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