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23/09/2021 às 07h54min - Atualizada em 23/09/2021 às 07h54min

Campo Erê: capital do novilho precoce

Campo Erê é um dos maiores produtores de novilhos precoces de Santa Catarina

Da redação
Divulgação
Campo Erê é considerada a capital do novilho precoce, sendo um dos maiores produtores de novilhos precoces de Santa Catarina, título honrosamente concedido pela Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (ALESC), através da Lei 12.380/2002, que posteriormente foi sub-rogada, através da Lei 16.722/15.
Um novilho precoce deve apresentar desenvolvimento de carcaça e pesos adequados para abate. Para que o novilho seja considerado precoce, é necessário que o animal tenha até 1 ano e 6 meses de idade, aliado a idade cronológica dentária avaliada no momento do abate. O bovino deve apresentar até quatro dentes incisivos permanentes e os primeiros dentes médios da segunda dentição com aproximadamente 1 ano e 3 meses de idade.
Já um novilho super precoce é um animal criado em um sistema que diminui significativamente o ciclo de produção, o bovino é abatido com até 1 ano e 3 meses de idade. “O novilho super precoce oferece carne de melhor qualidade, garante aumento da taxa de desfrute do rebanho, aumento da produtividade, giro de capital mais rápido, liberação de pastagens mais cedo para outras categorias animais e a possibilidade de aumento da renda, por meio de incentivos fiscais e a valorização do produto com selo de qualidade” salienta Juliane Beltrame, advogada e presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Campo Erê.
Outra característica, é que os machos devem apresentar no mínimo 240 quilos de carcaça, para as fêmeas a exigência mínima são 210 quilos de carcaça. “Isso proporciona ao criador um incentivo financeiro e redução sobre a alíquota do: Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e Prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação; incidente sobre as operações com bovinos” explica Juliane.
O ciclo de produção de bovinos de corte é bem extenso. No Brasil a idade média para o abate são 3 anos e 5 meses, entre o nascimento do bezerro e sua comercialização para o frigorífico. “O pecuarista trabalha cerca de quatro anos, até que possa receber remuneração por seu investimento, com a qualidade de boi gordo. Essas diferenças na duração do ciclo e, consequentemente, no tempo necessário para que o produtor faça seu capital girar, acabam implicando diretamente no mercado, principalmente no que diz respeito a custos e à qualidade do produto” explica Juliane.
De forma simplificada, quanto mais tempo o pecuarista leva para “acabar” seus animais, maior é o custo de produção, menor é a oferta, consequentemente maior será o preço da carne para o consumidor.
A pecuária voltada para a produção de animais precoces necessita, obrigatoriamente, da adoção de técnicas que tornem o sistema mais produtivo, eficiente e valorizado, começando com uma boa genética de rebanho e manejo, além de alimentação adequada. “É preciso investir em bons touros, reprodutores puros e registrados no Ministério da Agricultura, para melhorar gradativamente a genética do rebanho”, afirma Juliane.
Entre as técnicas desenvolvidas para a produção de novilhos precoces em Campo Erê estão a suplementação à pasto, confinamento, desmame precoce, creep-feeding (suplementação alimentar enquanto o bezerro ainda mama), entre outras técnicas utilizadas pelos produtores rurais do município.
 
Novilho super precoce
Um conjunto de técnicas que permite levar o novilho para o frigorífico em até 1 ano e 3 meses de idade, entre elas o uso de animais mestiços: europeu x zebu precoces e com boas características; pastagens de alta qualidade e bem manejadas; suplementação mineral adequada; controle sanitário rígido e práticas de manejo de cria que garantam que o animal irá atingir o peso à desmama de pelo menos 250 quilos. Juliane explica que todas essas técnicas são ensinadas pelos assistentes técnicos do SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural).
O Sindicato dos Produtores Rurais de Campo Erê tem parceria com o SENAR/SC e oferece Assistência Técnica em Gestão da Propriedade e Técnicas de Produção, tanto para bovinocultura de leite como de corte. “Isso amplia o conhecimento dos nossos produtores rurais, melhorando manejo, gestão, cuidado com o bem-estar animal e o pasto, oportunizando que os produtores alcancem novilhos de boa qualidade, ganhando notoriedade e preço na região” explica Juliane.
 
Título de Destaque
A partir de 2015, com a chegada da Lei 16.722/15, só tem direito a título de destaque, o município que comprovar a característica, peculiaridade ou atividade, na hora de solicitar uma denominação adjetiva. A comprovação é feita por meio de documentação que demonstre, de forma clara e ampla, a condição para obter o título. Essa comprovação inclui números de produção de atividade econômica, feita através dos dados oficiais como os do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Municípios que já receberam uma ou mais denominação adjetiva até a vigência da Lei 16.722/15 poderão mantê-las, o que é o caso do município de Campo Erê.


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