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13/10/2021 às 08h16min - Atualizada em 13/10/2021 às 08h16min

Compra de seguros contra perdas em lavouras aumenta 40%

Péssima safra 2020/2021 fez com que 90% dos agricultores que possuíam seguro agrícola, acionassem seus seguros

Da redação
Sofia Bertolin: 90% dos agricultores que possuíam seguro agrícola, tanto Proagro quanto seguro particular, acionaram as operações após a safra 2020/2021.
O crescente interesse de agricultores em contratar um seguro agrícola contra perdas em lavouras leva a Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg) a elevar suas estimativas para a safra 2021/2022. Se inicialmente a Fenseg previa fechar o ano com compra de apólices de cerca de 30% maior, agora a perspectiva é de 40%. Isso ocorre pela péssima safra 2020/2021, e pelo aumento dos preços de insumos agrícolas, que bateram recorde neste ano. 
Cristiano Cezar Mayer, agrônomo e gerente de negócios agro é responsável pela carteira agrícola da Cresol Fronteiras em São José do Cedro e explica que 90% dos agricultores que possuíam seguro agrícola, tanto Proagro quanto seguro particular, acionaram seus seguros. “Neste ano, desde que o Plano Safra foi liberado, percebemos uma preocupação do agricultor, em estar contratando o Proagro junto do financiamento. Até mesmo quando o agricultor planta com recursos próprios ele tem a preocupação em contratar o seguro particular. Isso tudo é atrelado a preocupação com o clima e o custo de produção, que aumentou bastante, isso faz com que o agricultor busque ter uma segurança para garantir a safra” explica Cristiano. 
“Hoje pelo número de operações que a Cresol vem fazendo, é possível afirmar que a contratação de seguros agrícolas aumentou 40% em relação ao ano passado”, afirma Cristiano. No ano passado e em safras anteriores o agricultor não se preocupava em contatar seguro agrícola, pois o clima sempre colaborou com a safra.
Hoje, ao financiar o plantio pelo Plano Safra, que é uma linha de repasse de recursos do governo, automaticamente o agricultor contrata o seguro Proagro. “Hoje mesmo sem financiar, os agricultores têm buscado o seguro particular. Além disso, obrigatoriamente, operações de até R$ 300 mil precisam ser asseguradas quando financiadas, sejam elas por meio do Proagro ou seguro particular”, afirma Cristiano.
Foi possível perceber que mesmo com a disponibilidade do Proagro, os agricultores optam por contratar o seguro particular. “No particular é menos burocracia. O Proagro paga a indenização do mesmo jeito que o particular, mas tem mais exigências, já que o governo é quem paga a indenização”, explica o gerente de negócios agro.
 
Contratação de seguros
No Proagro, quando o técnico faz um projeto são vinculadas às áreas de plantio asseguradas e estimativa de custo de produção. O seguro cobre então, o custo de produção estimado no projeto técnico, acima disso não tem cobertura.
 Pela Cresol são necessárias as datas de plantio e a área plantada. Na hora em que o seguro é contratado também é preciso ter as coordenadas geográficas da área assegurada. Quando o seguro é acionado o técnico confronta a área assegurada com a área plantada na lavoura.  O valor do seguro é definido de acordo com as estimativas de custo de produção. “Se a estimativa de produção é 200 sacas por hectare, o seguro tem que cobrir minimamente os custos de produção e as despesas com horas máquina, esse é o cálculo feito no sistema mesmo, que determina o valor para assegurar cada hectare. Na soja, por exemplo, o seguro particular cobre minimamente o valor de 40 sacas por hectare” explica Cristiano.
Caso o produtor não tenha nem o Proagro nem o seguro particular ele corre o risco de perder a safra e seus investimentos. “Por isso é interessante ter um seguro, independentemente do tamanho da área plantada, se é cinco ou 200 hectares” diz Cristiano.
Ainda não é possível estimar se a compra de seguros irá crescer no próximo ano, isso vai depender de como o clima irá afetar a safra deste ano. Se a safra for ruim, a tendência é que a compra de seguros aumente no ano que vem.
 
Aumento no custo de produção
O custo de produção aumentou muito, Cristiano explica que hoje a expectativa de produção é em torno de 150 á 200 sacas por hectare, 12 toneladas. Isso representa um investimento de R$ 5,8 mil por hectare. É necessário investir alto para produzir, a safra do ano passado deixou os agricultores inseguros.
Segundo Cristiano, a procura por financiamentos agrícolas aumenta todos os anos. “A agricultura tende a crescer cada vez mais, hoje o produtor investe alto, mas o preço do produto está bom e tem um bom retorno. O agricultor procura financiamentos para investir na lavoura e na estrutura da propriedade” afirma Cristiano.
O consumidor final é o que mais sente no bolso, pois o agricultor vende para a indústria a um preço bom.

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