25/10/2023 às 17h45min - Atualizada em 25/10/2023 às 17h45min

A soma de todos os medos

Redação
Compartilho aqui o comentário do jornalista Willian Wack na abertura do jornal CNN Brasil na noite do dia 23 de outubro.
Foi a soma de todos os medos. É assim que o “La Nación”, um dos mais importantes jornais da Argentina, descreve o fato de o candidato do populismo peronista ter terminado o primeiro turno em primeiro lugar.
Dos 45 milhões de habitantes da Argentina, quase 19 milhões vivem de planos sociais, benefícios diversos ou dependem de algum dinheiro dispensado pelo governo, que pôs na rua 1,5% do PIB em bondades diversas para ganhar as eleições.
Foi o tal Plano Platita, o plano do dinheirinho, que incluiu compras governamentais, congelamento de tarifas de transporte e bonificações para desempregados e informais.
O Plano Platita serve, no curtíssimo prazo, para atenuar a inflação monstruosa de mais de 100% ao ano, o principal legado do ministro da Economia argentino para ele mesmo, caso vença o segundo turno das eleições dia 19 de novembro.
Dá para imaginar que milhões de argentinos tivessem medo do outro populismo libertário, de direita, de extrema direita, como se quiser chamar, do candidato que ficou em segundo.
O fato é que a Argentina ficou agora entre esses dois fenômenos da política, em relação aos quais, por razões divergentes, há sérias dúvidas se conseguem tirar o país da sua crise profunda e duradoura.
Nas quatro semanas daqui até o segundo turno, virá o Plano Platita 2, que deve deixar próximo do impossível a questão fiscal e a economia do nosso principal vizinho.
“E depois?”, perguntaram para o candidato do peronismo.
“Después es después”, respondeu.
 
Eleições na Argentina
O candidato que saiu em 1º lugar no primeiro turno da eleição presidencial da Argentina no último domingo é o atual ministro da economia do país vizinho, o peronista Sergio Massa, com 36,68% dos votos. Javier Gerardo Milei, é o candidato ultraliberal que amealhou 29,98% dos votos, e disputará o segunto turno com Massa. Em terceiro lugar ficou a conservador Patricia Bullrich, com 23,83% do total.
Preciso destacar que Milei disputou votos com outros dois candidatos de direita. Milei vem com um discurso de tornar o Estado menor e reduzir o peronismo e o assistencialismo na Argentina.


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