A dor de um pai

Ontem tive que passar a laço no meu filho Augusto. Há vários dias ele vinha aprontando, respondendo a mãe, bagunça na escola, bagunça no futsal, cadernos com folhas rasgadas…
À noite a Mari e eu fomos olhar os cadernos da escola e ele havia riscado toda capa de um deles.
Peguei uma havaianas e ele sabia exatamente o que aconteceria. Três a quatro puxadas foi suficiente para ele chorar e ‘prometer’ que não faria mais bagunça, que respeitaria a mãe, a professora e não iria mais riscar os cadernos.
Mais tarde, pouco antes de dormir, chamei ele no meu quarto, perguntei a ele se sabia por que tinha apanhado: “Sim pai. Eu risquei o caderno, fiz bagunça na escola e no futsal. Não vou mais fazer”.
Coloquei ele em pé em cima da minha cama, abracei, beijei e falei: “Eu não gosto de te surrar, há dias venho te alertando que isto iria acontecer. Eu te amo mais do que tudo, mas como pai tenho a obrigação de fazer de você um homem descente, que respeita as pessoas e não fica estragando as coisas”.
- Eu sei pai. Eu também te amo!
Me deu um abraço apertado, me beijou o pescoço e foi para a cama dormir.
 
Hoje, como pai, olho para trás e sou grato as surras e castigos que os meus pais me deram na infância. Me esforço para ser um pai descente, um pai presente na educação dos filhos; um pai que ama e educa.
Dias atrás, quando participei das reuniões de Pais e Professores, tanto da Lorena quanto do Augusto, pedi aos professores que antes deles se preocuparem com a escolarização dos meus filhos, que eles exijam disciplina.
Acredito que todo pai quer ver o filho bem-sucedido no futuro. Bem-sucedido não apenas do ponto de vista financeiro, mas um cidadão correto, honesto, íntegro, que constitua família e que valorize as amizades.
Rezo e peço a Deus que continue nos abençoando, para que me dê discernimento e firmeza na educação dos meus filhos.


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