06/09/2024 às 15h00min - Atualizada em 06/09/2024 às 15h00min
Combate contra a violência doméstica
A PM de Flor da Serra do Sul tem desenvolvido palestras e campanhas de conscientização a fim de alertar os tipos de violência doméstica
Ruthe Kezia
Flor da Serra do Sul
Entre os municípios da comarca que abrange: Renascença-PR, Flor da Serra do Sul e Marmeleiro-PR, Flor da Serra é o município com maior número de casos de violência. ASO/Ruthe Kezia Com o objetivo de combater a violência doméstica e alertar as mulheres sobre os tipos de violência, a polícia militar de Flor da Serra do Sul tem desenvolvido palestras e campanhas de conscientização, ao longo do ano, com as mulheres sulflorenses.
Muitos dos casos são mais complexos, pois a polícia precisa convencer a vítima de seus direitos e garantir segurança para que a mesma consiga romper esse ciclo. Romper qualquer relação que exista afeto, é doloroso, seja ela saudável ou tóxica.
“Nós procuramos ver esse lado sentimental da mulher também, então muitas vezes além do papel de policial, temos que desenvolver um papel de psicólogo”, relata a comandante Adila Zandona.
Adila conta que como o município ainda não possui uma equipe específica para o trabalho, ela desenvolve constantemente trabalhos com a patrulha Maria da Penha. Quando os casos são atendidos pela PM de Flor da Serra ou até mesmo os casos que são registrados direto na polícia civil, mas que posteriormente o judiciário encaminha a medida protetiva para a PM, Adila é quem realiza os acompanhamentos.
O primeiro contato com a vítima é feito via telefone, com o objetivo de saber se o agressor cessou o contato. Após o primeiro contato, é realizada uma visita até a residência para esclarecer à vítima os seus direitos.
Segundo a comandante Adila, entre os municípios da comarca que abrange: Renascença-PR, Flor da Serra do Sul e Marmeleiro-PR, Flor da Serra é o município que possui maior número de casos de violência doméstica e medidas protetivas expedidas pelo judiciário.
Ela conta que não vê como algo ruim o município de Flor da Serra ser o maior em número de casos
: “O lado ruim é porque ainda há muitos casos, mas o lado bom é que essas situações estão vindo à tona. As mulheres estão tendo coragem de fazer as denúncias, quebrar esse ciclo de violência e sair dessa situação”. Ela julga que os números de casos aumentaram, devido à conscientização das mulheres, que passaram a ter coragem de denunciar e quebrar o ciclo de violência.
Adila acrescenta que grande parte dos casos que são atendidos, são de mulheres que durante décadas viveram a violência dentro do lar. Muitas ainda acreditam que a única violência é a física, mas além desta existem outras como, a violência psicológica, financeira, sexual e moral.
A partir de palestras e campanhas de conscientização realizadas pela PM, as mulheres sulflorenses passaram a ter conhecimento dos tipos de violências e como agir perante esse cenário desastroso.
Grande parte dos casos, quando chegam ao conhecimento da polícia, já estão no ápice da violência, quando a vítima está sofrendo violência física:
“Chega um momento em a mulher é agredida fisicamente e ela vê um risco eminente a vida dela e ela procura a polícia para denunciar ou nos aciona pra ir até a casa dela no momento em que está ocorrendo a violência”. Após a denúncia, a polícia fiscaliza a medida protetiva que garante para a vítima, que o agressor não vá entrar em contato novamente com ela. Mesmo após a denúncia, a polícia segue realizando visitas e orientando a mulher.
Em alguns casos a polícia trabalha em conjunto com outros órgãos para ampliar o apoio à vítima. Adila acrescenta que quando a PM detecta que a segurança da vítima está em risco, eles amplificam o policiamento na área de residência da vítima.
“Qualquer mulher que perceba que está dentro desse ciclo de violência, ela pode procurar a polícia militar ou a polícia civil. Os números telefônicos são: 190, 181 ou então o Disque 100, que pode ser por ligação telefônica ou através do site. A denúncia pode ser feita anônima por pessoas que tenham o conhecimento de alguma violência, de igual forma irá chegar até nós e vai ser apurado”, conclui a comandante Adila.