14/09/2024 às 09h00min - Atualizada em 14/09/2024 às 09h00min

Robôs competem pelo nosso amor

Coluna de opinião do jornal impresso

Igor Vissotto
Esta semana, lendo o Estadão, me deparei com um texto assinado pelo jornalista Yuval Noah Harari, faço questão de compartilhar alguns trechos.
 
A democracia é uma conversa. Sua função e sobrevivência dependem da tecnologia da informação disponível. Durante a maior parte da história, não existia tecnologia para manter conversas em larga escala entre milhões de pessoas. No mundo pré-moderno, as democracias existiam apenas em pequenas cidades-estado, como Roma e Atenas, ou em tribos ainda menores. Quando uma política se tornava grande, a conversa democrática entrava em colapso e o autoritarismo continuava sendo a única alternativa.
As democracias em grande escala só se tornaram viáveis após o surgimento das modernas tecnologias de informação, como o jornal, o telégrafo e o rádio. O fato de a democracia moderna ter sido construída com base nas modernas tecnologias da informação significa que qualquer mudança importante na tecnologia subjacente provavelmente resultará em uma reviravolta política.
Isso explica em parte a atual crise mundial da democracia. Nos Estados Unidos, democratas e republicanos dificilmente conseguem concordar até mesmo com os fatos mais básicos, como quem ganhou a eleição presidencial de 2020. Um colapso semelhante está acontecendo em várias outras democracias do mundo, do Brasil a Israel e da França às Filipinas.
Nos primórdios da internet e das mídias sociais, os entusiastas da tecnologia prometeram que espalhariam a verdade, derrubariam tiranos e garantiriam o triunfo universal da liberdade. Até agora, eles parecem ter tido o efeito oposto. Atualmente, temos a tecnologia da informação mais sofisticada da história, mas estamos perdendo a capacidade de conversar uns com os outros e, mais ainda, a capacidade de ouvir.
Como a tecnologia tornou a disseminação de informações mais fácil do que nunca, a atenção tornou-se um recurso escasso e a consequente batalha pela atenção resultou em um dilúvio de informações tóxicas. Mas as linhas de batalha agora estão mudando da atenção para a intimidade. A nova inteligência artificial (IA) generativa é capaz não apenas de produzir textos, imagens e vídeos, mas também de conversar conosco diretamente, fingindo ser humana.
Nas últimas duas décadas, os algoritmos lutaram para chamar a atenção, manipulando conversas e conteúdo. Em particular, os algoritmos encarregados de maximizar o envolvimento do usuário descobriram, por meio de experimentos com milhões de cobaias humanas, que se você pressionar o botão de ganância, ódio ou medo no cérebro, você atrai a atenção desse ser humano e o mantém grudado na tela. Os algoritmos começaram a promover deliberadamente esse tipo de conteúdo. Mas os algoritmos tinham apenas uma capacidade limitada de produzir esse conteúdo por si mesmos ou de manter diretamente uma conversa íntima. Isso está mudando agora, com a introdução de IA generativas como o GPT-4da OpenAI.
 
O texto completo está no link: https://www.estadao.com.br/link/cultura-digital/yuval-noah-harari-o-que-esperar-quando-robos-competem-pelo-nosso-amor/?utm_source=estadao:app
Escrevo sobre isto porque estou convicto que a política no Brasil e as nossas redes sociais estão cada vez mais suscetíveis a inteligência artificial e aos ‘bots’. Sou adepto a tecnologia, mas estou receoso com o futuro. 
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