Preso, na tarde do último domingo, dia 2, pela Delegacia de Repressão à Entorpecentes (DRE), da Polícia Federal, no Rio, o traficante Lindomar Ruges Furtado, de 46 anos, um dos maiores traficantes de cocaína do Brasil, usava corridas de cavalos como esquema de lavagem de dinheiro, movimentando milhões de reais dentro e fora do país.
O criminoso foi capturado em um condomínio no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio de Janeiro, após três anos foragido. A prisão foi realizada por agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE).
Lindomar era um dos principais alvos da Operação Turfe, deflagrada em fevereiro de 2022. O nome da operação faz referência ao turfe, modalidade esportiva de corridas de cavalos, usada pelo criminoso para disfarçar os lucros do tráfico de cocaína.
A quadrilha investia grandes quantias em compra, venda e apostas de cavalos de corrida, utilizando o esporte como fachada para escoar o dinheiro do crime. Além das corridas, casas de câmbio também faziam parte do esquema de lavagem de dinheiro, permitindo que os valores milionários oriundos da droga circulassem sem chamar atenção.
O traficante tentou mudar o rosto para permanecer foragido da Justiça nesses 3 anos: o criminoso fez harmonização facial, colocou lentes dentárias e usava perucas.
Quando foi preso na tarde do último domingo, Lindomar usava uma peruca. Nas buscas à sua residência, os policiais encontraram outra guardada. Além da mudança visual, Lindomar usava outro nome: Fabiano. Assim se apresentava a vizinhos do condomínio de luxo onde estava residindo no Recreio dos Bandeirantes-RJ.
Mais magro, o criminoso esperava passar despercebido da polícia. Lindomar tem dois mandados de prisão: um da Justiça Federal do Rio e outra do Paraná.
Lindomar foi um dos alvos da Operação Turfe, em fevereiro de 2022, e na ocasião, câmeras do condomínio de luxo onde ele morava, em Hernandárias, no Paraguai, flagraram o traficante saindo em um carro preto pelo portão principal do local, 50 segundos antes da chegada da polícia.
Fuga segundos antes da operação
Naquela manhã, antes da fuga, Lindomar chegou a caminhar pelo condomínio. O criminoso fugiu, na ocasião, acompanhado da mulher.
Em um ano e meio de investigações, que levaram à operação Turfe, a força-tarefa formada por policiais federais do Rio e do Paraná e agentes da Secretaria Nacional Anti-drogas (Senad), do Paraguai, identificou uma quadrilha que trazia drogas da Bolívia e da Colômbia para o Rio, de onde enviava para a Europa.
A droga era inserida em contêineres a serem exportados, utilizando-se da prática conhecida como rip-on rip-off, que consiste em utilizar uma exportação legítima para enviar a droga ao exterior.
Foram apreendidas, ao longo da investigação, mais de oito toneladas de cocaína, tanto no Brasil, quanto na Europa. Além disso, mais de R$ 11 milhões foram arrecadados dos criminosos.
O nome da operação fez referência a uma das formas de lavagem de capitais da organização criminosa, que é a aquisição e negociação de cavalos de corrida. Casas de câmbio também eram usadas no esquema.
Em nota, os advogados Diogo Ferrari e Alessandra Barboza relataram "Até o presente momento não obtivemos acesso à medida de busca e apreensão que ensejou a prisão de Lindomar Reges Furtado. Reafirmamos o nosso compromisso de colaboração com a Justiça e a defesa técnica vai se pronunciar nos autos em momento oportuno".