Produtores rurais da região de Flor da Serra do Sul, Marmeleiro e microrregiões próximas, relatam estar sofrendo serias dificuldades por conta da falta de chuvas na região. A estiagem prolongada afetou grandemente a safrinha [segunda safra] de milho e feijão, e da primeira safra a soja.
O clima instável é um dos maiores desafios enfrentados pelo agronegócio em 2025, em função de que em algumas regiões a escassez de água se estende por longos períodos. “A estiagem iniciou em janeiro de 2025 e se estendeu dentro de fevereiro e março, algumas microrregiões foram mais afetadas ficando até 40 dias sem receber chuva nesse período”, relata o técnico agrícola da região, Renan Henrique de Oliveira Bazanella.
O quão baixa foi a quantidade de chuva na região
É fato que a falta de água é algo que assola a região neste período do ano, tendo em vista que as medias variavam até 300mm de chuva durante esse espaço de três meses, média considerada o mínimo aceitável para plantações na região sul e sudeste que demandam mais água que outras regiões, porém, microrregiões próximas relatam ter tido cerca de 50mm de média nesses três meses, algo considerado crítico e extremamente perigoso para o plantio.
“Normalmente pensando em média de chuva para esses três primeiros meses do ano, o número gira em torno de 300mm, porém nesse ano tivemos microrregiões que não receberam 50mm nesses meses”, conta Renan.
O quão afetadas essas colheitas foram
É fato que a água proveniente das chuvas é um dos principais fatores para uma boa colheita, ajudando na irrigação e desenvolvimento da mesma, porém, nestas localidades, com um nível tão crítico de índice pluviométrico, é notório que os prejuízos seriam alarmantes.
“Dentro de uma média de produtividade, tivemos em algumas microrregiões uma quebra de aproximadamente 25% na soja. Em situações normais colheríamos 80 sacas / hectare, mas este ano com a estiagem girou em torno de 50 a 60 sacas / hectare”, diz o técnico.
A falta de chuva é nociva para a safrinha
A planta passa por diversas etapas durante seu desenvolvimento, e uma dessas fases é o “Potencial produtivo”, período este que determina quantos grãos serão produzidos nesta planta. O fato de a estiagem ter correspondido com a época da decisão do potencial produtivo da plantação, gerou grande impacto na quantidade de sacas que poderiam ser tiradas do mesmo hectare por conta da diminuição de sementes encontradas no mesmo.
Novamente, toda a quantidade de grãos que a planta dará se baseia neste período da decisão do potencial produtivo, então se durante essa etapa acontecer dela não ter nutrientes ou água o suficiente, é inegável que o potencial será reduzido. Chuvas após esse período apenas ajudariam a planta a se desenvolver, não mais ajudando a maximizar a produção de grãos.
“A safrinha está tendo mais perdas de produtividade que a safra de verão, pois a estiagem pegou bem na época que as culturas definem o seu potencial produtivo, pensando em milho e feijão. Passado o momento que a planta define o seu potencial, a volta das chuvas minimiza as perdas, mas não se recupera o potencial perdido”, explica Renan, funcionário da Sementes Bortoluzzi.