A guerra comercial entre Estados Unidos e China, com tarifas de 125% aplicadas pelos EUA e 84% pela China, pode afetar diretamente o consumidor brasileiro. Segundo José Antônio Ribas Júnior, presidente do Sindicarne/SC, o Brasil deve ocupar espaço deixado pelos EUA nas exportações para a China, o que pode elevar os preços das carnes no mercado interno.
“O Brasil poderá entrar com força. Se não for pelo volume, será pelo aumento dos preços”, afirma Ribas. O dirigente participou do 25º Simpósio Brasil Sul de Avicultura e da 16ª Poultry Fair, em Chapecó, eventos organizados pelo Nucleovet.
Com a carne bovina mais cara, o consumidor tende a buscar frango e suíno, elevando os preços dessas também. Ribas destaca que a oferta de carne bovina no mundo está em queda, enquanto a de frango tem capacidade de crescer rapidamente.
Mesmo antes das novas tarifas, as exportações brasileiras já estavam em alta. Em março, segundo a ABPA, o Brasil exportou 13,8% mais carne de frango, 26,6% mais carne suína e 342,2% mais ovos em relação ao mesmo mês de 2024. A Abiec informou crescimento de 30,2% nas exportações de carne bovina no mesmo período, com aumento também na receita por tonelada.
Enquanto isso, o presidente Donald Trump sinaliza intenção de acordo com a China, mas mantém as tarifas elevadas. Para Ribas, as mudanças no mercado global abrem espaço para o Brasil, mas também pressionam os preços internos, num cenário ainda instável.