O delegado Zancanaro palestrou sobre os perigos por trás da tela

A EEB Claudino de Palma Sola, promoveu na última semana uma palestra com o delegado Sandro Zancanaro alertando os estudantes sobre crimes virtuais e exposição na internet

Ruthe Kezia - Palma Sola
06/05/2025 16h44 - Atualizado há 22 horas
O delegado Zancanaro palestrou sobre os perigos por trás da tela
Além do cyberbullying, Zancanaro destacou que os jogos online se tornaram um ambiente vulnerável, onde adultos mal-intencionados conseguem contato direto com menores. (Foto: Ruthe Kezia)

A Escola de Educação Básica Claudino Crestani, em Palma Sola, promoveu na última semana uma palestra com o delegado Sandro Zancanaro, titular da Comarca da Delegacia de Anchieta [que engloba Anchieta, Romelândia e Palma Sola]. Durante a palestra foram abordados temas como o uso indevido das redes sociais, cyberbullying e os perigos que rondam crianças e adolescentes na internet.

A ação foi pensada como parte de um trabalho mais amplo de prevenção à violência escolar, com foco em conscientização e orientação. A diretora, Leomara Pedó, explicou que a ideia da palestra surgiu a partir da percepção de que determinadas situações, envolvendo bullying e uso inadequado das redes sociais, vinham se tornando frequente entre os alunos.

“Temos uma grande preocupação com o tema bullying. É algo que vivenciamos na escola e para o qual temos um trabalho contínuo. Mas percebemos a necessidade de intensificar as ações devido às demandas recentes”, afirmou Leomara.

Ela também destacou o papel do Núcleo de Educação, Prevenção às Violências na Escola (NEPRE), que já havia elencado, no início do ano letivo, temas prioritários a serem trabalhados com os estudantes, entre eles, bullying, convivência e saúde digital.

 

Cyberbullying e pornografia

Em sua fala, o delegado Zancanaro abordou como crianças e adolescentes têm se tornado alvos fáceis nas redes. “A pornografia está muito acessível. Isso antecipa fases da vida que deveriam acontecer mais tarde, causando prejuízos emocionais sérios”, alertou.

Além do cyberbullying, Zancanaro destacou que os jogos online se tornaram um ambiente vulnerável, onde adultos mal-intencionados conseguem contato direto com menores. Ele acrescenta que na região houve um caso onde um menino, aliciado por meio de um jogo, trocou fotos íntimas com um adulto.

O delegado chamou atenção para a dificuldade de identificar usuários na internet, principalmente em perfis com nomes genéricos ou criativos. A falta de identificação real torna ainda mais perigoso o contato com desconhecidos, especialmente quando os jovens se sentem encorajados a compartilhar informações ou imagens íntimas.

 

Escola reforça papel educativo

A diretora Leomara destacou que ações como a palestra não visam resolver todos os problemas de imediato, mas plantar sementes para mudanças duradouras no comportamento dos alunos.

“São pequenas sementes que vamos regando com um trabalho contínuo. Mesmo que um pequeno grupo seja tocado, ele pode ajudar a mobilizar os demais”, disse ela. Segundo Leomara, os estudantes participaram ativamente e reagiram de forma positiva à abordagem interativa de Zancanaro.

 

Depois que está na rede, não tem volta

O delegado fez questão de enfatizar que, uma vez que fotos ou vídeos íntimos são compartilhados, mesmo que a polícia identifique os criminosos, o material pode permanecer circulando na nuvem.

Em casos como o do menino que trocou fotos íntimas com um adulto, a polícia identifica o criminoso e apreende todos os aparelhos físicos e extermina todos os documentos e imagens encontradas nos celulares, computadores e HDs do suspeito, impedindo que o mesmo tenha acesso novamente.

“Porém ocorre que muitas vezes esse material já foi repassado para a nuvem e uma vez lá, é quase impossível remover completamente da internet. Por isso, o cuidado deve vir antes”, orientou.

Zancanaro ainda acrescenta que na região há muitos casos de crianças e adolescentes se expondo nas redes sociais e na internet. Ações como essa podem trazer consequências muito graves para a vida dos meninos, mas principalmente das meninas. O delegado aconselha que os pais estejam atentos às ações de seus filhos.

 

O papel da família e da escola

Zancanaro e Leomara concordam que a prevenção precisa acontecer em rede: pais, professores, gestores e demais órgãos de proteção devem atuar juntos.

“Qualquer situação que nos é relatada, nós acolhemos, orientamos e, quando necessário, buscamos apoio da assistência social, conselho tutelar ou das famílias”, explicou a diretora.

Zancanaro reforçou que os pais devem monitorar a atividade online dos filhos e manter o diálogo aberto: “A internet não é território privado para as crianças, os pais devem ter acesso aos perfis e acompanhar com quem os filhos estão conversando.”

 

Crimes virtuais também atinge adultos

O delegado alertou para o crescente número de casos envolvendo adultos enganados em relacionamentos virtuais. Após trocarem imagens íntimas, muitos são chantageados e acabam perdendo grandes quantias em dinheiro.

“Teve gente na nossa região que perdeu até R$ 80 mil, R$ 100 mil, esses adultos estavam desesperados. Tivemos situações onde dois adultos se suicidaram em razão do medo dessa exposição”, revelou.

 

Em caso de dúvida ou ameaça, procure ajuda

A Polícia Civil está à disposição para prestar orientações, registrar ocorrências e investigar crimes virtuais. O delegado comenta que uma vez que as vítimas trocam vídeos, fotos e mensagens íntimas, esse material é utilizado pelos criminosos para extorquir e ameaçar.

Ele aconselha que nesses casos, as vítimas não repassem nenhum dinheiro a essas pessoas: “Não importa quanto dinheiro você dê, eles sempre vão pedir mais. Então procure imediatamente a delegacia e nós vamos prestar os esclarecimentos e dar todo o apoio necessário”, concluiu o delegado.

 

 

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