Vício, virtude e bons hábitos

Coluna de opinião do jornal impresso

Igor Vissotto
21/06/2025 10h00 - Atualizado há 10 horas

Quem nunca começou uma dieta na segunda-feira e, na terça, já estava devorando um pacote de bolacha escondido? Ou prometeu ler mais livros, mas acabou rolando o Instagram até altas horas? Pois é, meus caros, a luta entre o que queremos fazer e o que realmente fazemos é antiga — e Aristóteles, um filósofo grego que viveu há mais de 2 mil anos, já entendia esse jogo. 

O velho Aristóteles dizia que a virtude está no meio-termo. Nem muito, nem pouco. Academia todo dia até desmaiar? Vício. Ficar no sofá vendo Netflix 24/7? Também vício. O segredo é malhar três vezes por semana e, no fim de semana, abrir espaço para a preguiça (um bom churrasco, uma costela bem gorda e uma cachacinha pura, porque ninguém é de ferro).

O mesmo vale para os hábitos "cult": ler é ótimo, mas virar um ermitão que só fala em livros do século XIX pode afastar os amigos. Palavras cruzadas? Excelente para o cérebro, mas se você já está resolvendo sudoku no meio do almoço em família, talvez esteja passando do ponto. 

 

O Poder do Hábito

Aqui entra Charles Duhigg, autor do livro: O Poder do Hábito. Ele explica que todo hábito — bom ou ruim — funciona como um loop: 1) Gatilho → 2) Rotina → 3) Recompensa. 

 

Exemplo clássico: 

- Gatilho: Tédio. 

- Rotina: Pegar o celular e entrar no Instagram. 

- Recompensa: Dopamina instantânea (e, duas horas depois, arrependimento). 

 

Mas dá para hackear esse sistema! Quer criar o hábito de ler? Deixe um livro na mesa de cabeceira (gatilho). Leia só 10 páginas por dia (rotina fácil). Recompensa? Aquela sensação de "uau, sou um intelectual" e, quem sabe, um torresmo depois. 

 

O mais legal é que um hábito positivo puxa outro. Começar a caminhar pode levar a comer melhor, que leva a dormir mais cedo, que leva a acordar com vontade de fazer coisas produtivas (sim, isso existe!). Aristóteles chamaria isso de "virtude gera virtude". Duhigg diria que é o "hábito angular" em ação. 

 

Nem Santo, Nem Pecador: Sábio 

No fim das contas, a vida não é sobre ser perfeito, mas sobre achar seu equilíbrio. Quer malhar? Ótimo! Mas não vire um maromba chato. Quer ler mais? Maravilha! Só não vire aquela pessoa que corrige a gramática dos outros no WhatsApp. 

Troque um mau hábito por um bom, mas não seja radical. Afinal, como diria o bom senso (e o filósofo grego): tudo em excesso vira vício — até virtude. 

 

 

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