A forte geada que atingiu Campo Erê pegou muitos moradores de surpresa, inclusive quem tem longa experiência com o clima da região. No CEDUP, o professor Nelson Rintzel relatou que o fenômeno causou danos em plantas e árvores resistentes que não sofriam com o frio há anos. “Parecia que a geada nem era tão intensa quando olhamos de manhã, mas depois, com o sol e o vento, vimos o estrago. Árvores que nunca haviam sido afetadas, tanto aqui quanto no meu sítio, foram severamente danificadas”, contou.
Segundo ele, essa foi a geada mais prejudicial dos últimos dez anos, atingindo até mesmo culturas de inverno tradicionalmente resistentes, como a cevada e o nabo. Ainda assim, o professor reforça que eventos como esse também trazem aprendizados: “São fatores climáticos com os quais temos que saber lidar. Não adianta negar: o clima está mudando, e cada vez mais precisamos nos adaptar”. Para os alunos do curso técnico, a situação serve como exemplo prático de como o ambiente rural exige profissionais preparados para enfrentar extremos climáticos.
Nelson lembra que o papel do técnico agrícola vai muito além do manejo de culturas. “Nosso foco deve ser o desenvolvimento sustentável: melhorar a vida do agricultor no aspecto social, econômico e ambiental”, afirmou. Ele destaca que, em vez de ampliar a produção apenas com mais terra, é necessário aprofundar o conhecimento sobre o solo, otimizar os recursos e preservar o meio ambiente. “Trabalhamos com pessoas. O técnico que entende isso cumpre sua missão com responsabilidade e humanidade”, finaliza.