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16/04/2020 às 09h37min - Atualizada em 16/04/2020 às 09h37min

Hospital Palma Sola está preparado para o coronavírus

Segundo o médico Juarez de Oliveira, o hospital palmassolense está seguindo os protocolos de enfrentamento determinado pelo Ministério da Saúde

Em meio a essa pandemia de coronavírus que está assombrando todo o planeta, hospitais e unidades de saúde estão se mobilizando para o que ainda poderá acontecer, já que o pico da pandemia está previsto para o mês de maio e junho, e o vírus deve circular no Brasil até setembro. Entre os milhares de hospitais que precisaram modificar o fluxo de atendimento, está o de Palma Sola, que além de atender o município também receber pacientes de Flor da Serra do Sul-PR e dos vizinhos catarinenses de Anchieta e São Bernardino.
Juarez de Oliveira, médico atuante no município, explica que o fluxo de pessoas foi alterado dentro do hospital e os pacientes com os sintomas do coronavírus ficarão isolados para que o hospital possa continuar atendendo com segurança. Além disso, a unidade palmassolense está seguindo protocolos de enfrentamento determinados pelo Ministério da Saúde.

Vírus
O novo coronavírus causa infecções respiratórias e intestinais em humanos e animais; sendo que a maioria das infecções em humanos são causadas por espécies de baixa patogenicidade, levando ao desenvolvimento de sintomas do resfriado comum, no entanto, podem eventualmente levar a infecções graves em grupos de risco, idosos e crianças. Ainda não há vacina ou medicamentos específicos disponíveis e, atualmente, o tratamento é de suporte e inespecífico.

Manifestações clínicas
O espectro clínico da infecção por coronavírus é muito amplo, podendo variar de um simples resfriado até uma pneumonia severa. No entanto, neste novo vírus não está estabelecido completamente o espectro, necessitando de mais investigações e tempo para caracterização da doença. Segundo os dados mais atuais, os sinais e sintomas clínicos referidos são principalmente respiratórios. O paciente pode apresentar febre, tosse e dificuldade para respirar.

Período de transmissibilidade
A transmissibilidade dos pacientes infectados por SARS-CoV é em média de sete dias após o início dos sintomas. No entanto, dados preliminares do novo vírus sugerem que a transmissão possa ocorrer, mesmo sem o aparecimento de sinais e sintomas. Até o momento, não há informação suficiente que defina quantos dias anteriores ao início dos sinais e sintomas uma pessoa infectada passa a transmitir o vírus.

Complicações
As complicações mais comuns são Síndrome Respiratória Aguda Grave - SRAG (17-29%), lesão cardíaca aguda (12%) e infecção secundária (10%). A letalidade entre os pacientes hospitalizados variou entre 4.3%. A Comissão Nacional de Saúde da China relatou os detalhes das primeiras 17 mortes: incluíram 13 homens e quatro mulheres, com idade média de 75 anos (intervalo de 48 a 89 anos). Febre (65%) e tosse (53%) foram os primeiros sintomas mais comuns nas mortes. A mediana de dias entre o primeiro sintoma e a morte foi de 14 dias (variação de 6-41 dias).

Como tudo funciona no hospital Palma Sola
“Existe o fluxo de regularização proposto pelo protocolo, que é visto conforme o critério de gravidade do paciente. Por exemplo, pacientes com sintomas leves, sem sinais de alerta, são encaminhados para a unidade básica de saúde, para evitar que esse tenha contato com os pacientes internos do hospital. O tratamento com essas pessoas geralmente é realizado em domicílio, pois não há necessidade de internamento, já que os sintomas apresentados são de uma gripe leve”, explica o médico.
Segundo ele, os pacientes que vão até o posto de saúde já com sinais de alerta devem ser transferidos rapidamente para o hospital, onde serão examinados e as medidas necessárias serão tomadas. Juarez esclarece que para os pacientes com sintomas graves, já hospitalizado, é feito um cadastro de solicitação de leito para o hospital de referência. Assim que feito o cadastro, quem determina o transporte é o SAMU. “Se o paciente apresenta sintomas moderados ou graves é proibido que o município faça o transporte desse para os hospitais de referência. O município só pode transportar quando não houver o risco de morte eminente, se houver é obrigado o transporte com o SAMU, que nada mais é do que uma UTI móvel, composta por médicos especializados”, enfatiza.
“Para os munícipes vindos do Paraná, o hospital de referência é o Regional de Francisco Beltrão e para os catarinenses, o hospital referência é o Regional de São Miguel do Oeste”, ressalta Juarez complementando que se necessário deve-se entubar os pacientes em estado grave. “São as unidades hospitalares as responsáveis por fazer os testes nos suspeitos e quando necessário entubar a pessoa que apresenta quadro moderado ou grave”, esclarece.
Ainda conforme o médico, se o paciente for entubado, deve-se ser dentro do hospital, e após isso, é notificado a central de leitos, que é a que solicita o transporte.
 
Período de Incubação
O período médio de incubação da infecção por coronavírus é de 5.2 dias, com intervalo que pode chegar até 12.5 dias.
 
Diagnósticos
Clínico: o quadro clínico inicial da doença é caracterizado como síndrome gripal, no entanto, casos iniciais leves, subfebris, podem evoluir para elevação progressiva da temperatura e a febre ser persistente além de 3-4 dias, ao contrário do descenso observado no caso de Influenza. O diagnóstico depende da investigação clínico-epidemiológica e do exame físico. É recomendável que em todos os casos de síndrome gripal seja questionado o histórico de viagem para o exterior ou contato próximo com pessoas que tenham viajado para o exterior. Essas informações devem ser registradas no prontuário do paciente para eventual investigação epidemiológica.
Laboratorial: para identificação do vírus do novo coronavírus é realizado por meio das técnicas de RT-PCR em tempo real e sequenciamento parcial ou total do genoma viral.
Diferencial: as características clínicas não são específicas e podem ser similares àquelas causadas por outros vírus respiratórios, que também ocorrem sob a forma de surtos e, eventualmente, circulam ao mesmo tempo, tais como influenza, parainfluenza, rinovírus, vírus sincicial respiratório, adenovírus, outros coronavírus, entre outros.
 
Indicação de coleta de amostras
A realização de coleta de amostra respiratória está indicada sempre que o paciente atender a definição de caso suspeito de COVID-19 em serviços de saúde públicos e privados. Visando otimizar os recursos para atender às rotinas das vigilâncias descritas, bem como para a demanda da sazonalidade da Influenza que se aproxima, recomenda-se que os LACEN (Laboratório Central de Saúde Pública) realizem triagem criteriosa na recepção dessas amostras, avaliando se estão acompanhadas das respectivas fichas. A vigilância epidemiológica deve coletar amostras somente dos pacientes que atendam as definições de caso suspeitos.
Considerando que pacientes atendidos na rede assistencial pública serão encaminhados a um serviço de saúde de referência, recomenda-se, preferencialmente, que a coleta da amostra seja realizada nesse ambiente. Em situações específicas, a coleta poderá ser realizada em outro tipo de serviço de saúde, conforme fluxo estabelecido pela rede assistencial local. Os serviços de saúde privados, que tenham condições, podem realizar a coleta das amostras
 
Envio de amostras
Orienta-se que as amostras devem ser cadastradas no GAL (Gerenciador de Ambiente Laboratorial) e enviadas ao LACEN acompanhadas da ficha do GAL e de uma cópia do formulário Redcap. Para os serviços que não possuem GAL, orienta-se encaminhar as amostras ao LACEN acompanhadas da solicitação médica e de uma cópia do formulário Redcap.
 
Atendimento no hospital palmassolense
Segundo o Dr. Juarez os primeiros atendimentos de qualquer pessoa que chega ao hospital é feito pela janela. Os pacientes com sintomas leves são logo encaminhados para o posto enquanto os que já apresentarem complicações são levados para salas próprias do hospital para ser examinado. “Os pacientes que podem entrar no hospital normalmente são as gestantes, traumatizados e em estados grave fora do Covid-19; pacientes ensanguentados, com perna quebrada ou neste sentido”, explica enfatizando que existe uma entrada independente para os pacientes que são encaminhados do posto e logo que chegam são examinados em isolamento.
Em Palma Sola existem cinco leitos de isolamento, salas próprias com os materiais necessários para os procedimentos referentes a coleta de amostras e outros. “Estamos com o hospital preparado para enfrentar essa pandemia, temos uma rede de ótimo atendimento e com médicos já experientes no serviço”, ressalta Juarez finalizando que até o momento, quatro pessoas foram examinadas com suspeita do vírus no município e destes, todos deram negativos para o Covid-19.


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Matéria alterada 
\\ Altareção no primeiro parágrafo (retirou-se o nome do município de Campo Erê) 

 
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