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“A principal praga ainda é a estiagem”

Segundo o extensionista rural Jacir Strapazzon, por conta da excessiva falta d’água, agricultores de Anchieta enfrentam problemas de lagartas no milho

09/12/2020 10h52 - Atualizado em 09/12/2020 às 13h52
Em vista do sistema sucessivo de cultivo, com culturas sobrepondo culturas, é observado que pragas podem assolar a agricultura a qualquer momento do ano. Assim, para evitar frustrações após o plantio, um bom manejo de pragas para a safra deve ser iniciado ainda na entressafra. O clima tropical brasileiro é favorável a proliferação de pequenos animais, bactérias, fungos e ervas que podem comprometer severamente as lavouras.
Em Anchieta, por exemplo, com a excessiva falta d’água, algumas espécies de lagartas atacaram ainda mais as plantações de milho, que já vinham sendo danificadas pela estiagem. À redação do Sentinela, o extensionista rural e engenheiro agrônomo da Epagri, Jacir Strapazzon, relata que o déficit de chuva na região está há dois anos negativos, mas, neste, se agravou ainda mais. “A falta de chuva está acarretando a criação de pragas na agricultura. Sem umidade no solo, a planta carrega consigo um stress no seu desenvolvimento e junto disso, vem as pragas, principalmente na lavoura de milho”, esclarece.
Segundo ele, o maior reservatório de água é o solo, mas de maneira controversa, os trabalhos o danificam. “Estamos trabalhando de forma errada e precisamos melhorar a estrutura do nosso solo. A planta pode ser comparada com uma pessoa. Se a pessoa está com a imunidade baixa, pode ficar doente mais fácil e a planta é assim também, se está desiquilibrada com a falta d’água, de solo bom, as pragas se aproveitam e atacam”, explica.
 
Agricultores prejudicados
Ainda conforme o agrônomo, pelo menos 20% dos agricultores do município relataram problemas relacionados a pragas, mas o número maior ainda é referente a estragos com a estiagem. “Nossa recomendação é fazer o manejo do solo, rotação de cultura, plantio direto e adubação verde, para que a plantação não sofra. A silagem é uma complementação da alimentação do animal, o correto é ter pastagens, mas como a estiagem comprometeu grande parte disso, infelizmente, muitos produtores não haviam se programado com silagem o suficiente para suprir a demanda do animal e precisaram tomar outras medidas, como a compra de ração, assim aumentando seus custos”, conclui.
“Todos os anos nossa região sofre com a estiagem, e com isso, o produtor precisa ter consciência e começar a trabalhar de maneira que esse problema não prejudique suas plantações e animais, e investir em cisternas ou reservatórios, cuidando do solo e mantendo o equilíbrio. A Epagri está trabalhando junto com o poder público em prol dos agricultores, com as nossas visitas podemos conferir quem está sendo prejudicado e assim auxiliar para que nos próximos anos isso não aconteça”, finaliza.
FONTE: Da redação
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