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11/02/2021 às 13h53min - Atualizada em 11/02/2021 às 13h53min

Economia de 80% ao produtor rural

Drones pulverizadores conseguem atuar em áreas de difícil acesso, evitando o amassamento da planta e gerando uma economia significativa para os agricultores

Da redação
A pulverização sempre foi um dos fatores primordiais na agricultura, e as técnicas convencionais possuem diversas limitações. A aplicação manual costal, por exemplo, entrega baixo rendimento e é prejudicial à saúde do trabalhador. O uso de trator causa amassamento nas plantações, não conseguindo trabalhar em áreas de morro ou culturas altas. Por sua vez, aliados da agricultura de precisão, os drones estão cada vez mais presentes nas lavouras, e não apenas para registro de vídeos e fotografias aéreas.
Recém-lançados como pulverizadores, esses equipamentos são capazes de operar em áreas de difícil acesso, gerando uma economia de até 80%. Percebendo a necessidade do mercado, que busca uma solução para os problemas do setor agrícola, os formandos em Agronomia, Elber Pereira e Eduardo Morandi, ambos de 22 anos, acabaram de trazer para Palma Sola essa técnica promissora, que pretende substituir os pulverizadores comuns.
Com investimentos superiores a R$ 150 mil, os dois pretendem prestar serviços a agricultores que não possuem condições de realizar a aplicação na propriedade. “Nosso pensamento era investir em algo promissor e trabalhar de forma particular. Queríamos algo da nossa área, que pudesse colaborar até para prestação de serviço”, enfatiza Elber esclarecendo que essa tecnologia está sendo muito buscada e utilizada na lavoura. “Buscamos, antes de tudo, entender como funcionava, a viabilidade. Até que encontramos uma empresa de confiança no Rio Grande do Sul, onde adquirimos todo o equipamento”, conclui.
Segundo Dudu, com apenas três semanas de serviço, a procura já não é apenas de produtores que não possuem pulverizadores, mas, também, daqueles que não estão dando conta, em decorrência dos dias chuvosos. Ele cita que, por conta desse fator, muitos não conseguem adentrar na lavoura com seus maquinários, pois leva pelo menos uma semana para secar o solo. “Com o drone não tem isso! Um dia depois da chuva já dá para entrar. A maior vantagem é essa, quando dá uma semana de chuva, no primeiro dia de sol o drone já consegue fazer o serviço”, ressalta.
 
Modelo
O Agras MG-1 foi um dos primeiros drones pulverizadores a ser lançado, criado pela empresa chinesa DJI, bastante conhecida no mercado. Possui capacidade de pulverizar de três a quatro hectares por hora de serviço, sendo equipado com motores potentes e capaz de carregar até 10 kg de líquidos. Assim, cobre uma área de 4.000m² a 6.000m² em apenas 10 minutos de voo, de acordo com sua velocidade. Essa operação chega a ser cerca de 40 a 60 vezes mais rápida que operações de pulverização manual.
O MG-1 possui um sistema inteligente de pulverização que ajusta automaticamente o spray, de acordo com a velocidade de voo, de modo que a aplicação seja sempre regular. Possui quatro bicos para pulverização, cada um posicionado diretamente abaixo de um motor. O fluxo descendente de ar gerado pelas hélices acelera o spray, aumentando o seu alcance no momento da pulverização.
 
Como funciona a aplicação
Elber explica que antes da aplicação começar a ser feita, é realizada uma releitura da área, de forma manual, para entender a condição do relevo e a situação real da plantação. Salienta que o octacóptero é totalmente autônomo, definindo sozinho as linhas e os espaçamentos que percorrerá. “Só ficamos cuidando a bateria e o produto, para quando estiver acabando, pousarmos e recarregarmos”, frisa.
Com o equipamento, é otimizado recursos e aplicado o defensivo no momento e local correto. Conforme Eduardo, a aplicação de um pulverizador comum não é diferente da de um drone, a assimetria está no uso de água. “Ele usa 10 litros de água, misturada com o produto, enquanto o trator, utiliza em média 250 litros. O drone acaba sendo muito mais econômico”, destaca salientando que o MG-1 faz uso de energia renovável e que o produtor gasta a mesma quantidade com produto, mas diminui o gasto com água, economizando combustível e evitando o estrago de plantas com a demarcação deixada pelo trator.
“É um investimento um pouquinho alto, mas que traz um ótimo custo benefício. Para um produtor grande, que planta em média 500 hectares, o drone ainda é um equipamento pequeno, inviável, porque ele faz no máximo 30 hectares por dia. É uma tecnologia que inova a cada mês, um dia poderá substituir os tradicionais pulverizadores. Para adquirir o drone, as baterias e o gerador para carregá-las, fizemos um investimento inicial de R$ 150 mil”, finaliza.
 
Serviços
Agricultores interessados pelo serviço, procure um dos dois nas redes sociais. Segundo eles, cada propriedade varia o preço da aplicação, por decorrência da situação do relevo, a média é de R$ 130 a R$ 150 por hectare para lavoura de grãos. “No começo, tivemos receio em investir e não dar a volta, porque é uma inovação que ainda é pouco conhecida, mas começando pelas propriedades familiares, a procura foi aumentando. Muitos produtores de outras cidades estão entrando em contato. Por enquanto, estamos trabalhando em pequenos locais, pois é apenas um drone. Focamos em Palma Sola, que possui um grande número de pequenas lavouras, que compõem o maior número”, finaliza Elber.
 
 
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