Divulgação Longas horas de trabalho, prazos curtos, acúmulo de funções e cobranças são situações estressantes, porém comuns na rotina da maioria dos trabalhadores. Mas o que acontece quando o estresse vira uma doença? Segundo a psicóloga Alessandra Ludwig, a consequência direta do estresse acumulado, é o Burnout.
“É um estresse relacionado ao trabalho, que quando não é bem gerenciado se torna crônico e dá origem ao que chamamos de Síndrome de Burnout. Lembrando que o estresse é uma resposta natural do nosso corpo”, explica a psicóloga.
Traduzindo, “burnout” significa queimar de dentro pra fora. Refere-se à síndrome do esgotamento profissional, descrita como uma doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ainda se relaciona com a cronificação, que ocorre quando vivemos níveis elevados de estresse constantemente. As consequências diretas do burnout são o sentimento de exaustão e falta de energia, aumento do distanciamento do trabalho e redução da eficácia profissional.
No Brasil, cerca de 30% dos trabalhadores irão apresentar burnout. “Existem três estágios do burnout. Primeiro a pessoa começa a trabalhar muitas horas por dia, muitas vezes negligenciando o próprio cuidado, como não preparar o almoço e dormir pouco. Na sequência a pessoa passa para o estágio de irritabilidade e ansiedade, onde começa a sentir raiva dos colegas ou coisas muito simples da rotina de trabalho. Isso segue até que a pessoa chegue ao estágio de exaustão e apatia. Fica sem energia emocional, física e comportamental. Não consegue identificar momentos bons no dia a dia. São fases que podem ser identificadas juntas ou em ordem diferente”, ressalta Alessandra.
O burnout não é somente estresse relacionado ao trabalho, mas um desequilíbrio entre os fatores estressantes do trabalho e a falta de fatores protetores, ou seja, lazer e bem-estar.
Causas Alessandra explica que possíveis causas estão relacionadas com a nossa cultura. Observa-se um aumento das horas de trabalho, pois com a tecnologia, o trabalho ultrapassou as fronteiras de horários e dias da semana. “Muitos de nós respondem mensagens relacionadas ao trabalho nos finais de semana, à noite ou em momentos de lazer. Não impomos limites entre horários para família, lazer e trabalho. Outras causas estão na necessidade de aprimoramento contínuo, ou relacionadas à característica de cada pessoa”, explica a psicóloga.
De acordo com uma pesquisa divulgada pela Microsoft, desde fevereiro de 2020, o tempo semanal em reuniões para os usuários do Teams (plataforma de bate-papo e videoconferências) aumentou 252%. Já os chats enviados por pessoa aumentaram 32% desde março de 2020. O período de trabalho aumentou, globalmente, sendo que o trabalho pós expediente e nos finais de semana aumentaram 28% e 14%, respectivamente.
Diagnóstico O diagnóstico pode ser feito por médico psiquiatra ou psicólogo, através dos sintomas relatados pelo paciente, história pessoal e da vida atual.
Os sintomas estão relacionados a fatores emocionais – distanciamento emocional ansiedade, irritabilidade, baixa autoestima, dificuldade de concentração, sentimento de apatia, sensação de impotência –, físicos – dores de cabeça e musculares, distúrbios de sono, até problemas cardíacos – e comportamentais – ausência no trabalho, queda na produtividade e comprometimento, isolamento, agressividade e abandono do trabalho.
“Hoje atendo alguns casos relacionados ao estresse crônico no trabalho, mas são muito pontuais”, relata Alessandra.
Tratamento O tratamento envolve a psicoterapia, e em muitos casos envolve mudança de comportamento e melhor gerenciamento do estresse do paciente. Pode envolver tratamento com medicamento e afastamento do trabalho em casos mais graves.
Como a empresa pode contribuir no combate ao burnout? Prevenir o esgotamento é sempre a melhor opção. Existe dois fatores, chamados protetores e estressores, é necessário ter um equilíbrio entre eles. Os estressores seriam a falta de reconhecimento, respeito e consideração entre os colegas. Já os protetores são atividades que você faz de forma interativa, como um lanche ou café, por exemplo.
“Para prevenir o burnout, a primeira coisa é alinhar três pontos principais: sono de qualidade, prática de atividades físicas e alimentação saudável. Ter momentos de lazer e prazer, praticar atividades ligadas ao bem-estar. Outros pontos importantes são conhecer seus limites, ter um bom relacionamento e reconhecimentos dos chefes e colegas. A empresa deve compreender o propósito do trabalhador, aumentar a cooperação entre os colaboradores, focar no processo de melhoramento dos funcionários, não na perfeição”, explica a psicóloga.
Outra opção é o descanso ativo, descansar se envolvendo em uma atividade mental e fisicamente estimulante, como ginástica laboral. “Também é importante respeitar os horários de fim de semana, folga e fim de expediente”, finaliza Alessandra.
Alessandra Ludwig é psicóloga há 4 anos. Especializada em avaliação psicológica e direitos humanos, ela atende no Centro Médico Vida, no município de Palma Sola. Para mais informações entre em contato pelos números (49) 9 9931-6729 e (49) 9 9135-1824, ou vá até o Centro Médico Vida, Avenida Crestani, 1330, centro de Palma Sola.
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