Em 2023, a escola inscreveu o projeto na Lei Paulo Gustavo e foram contemplados com R$ 11 mil. Este é o primeiro ano em que a escola recebe recursos para a realização do evento. (Foto: Divulgação) Nos dias 27 e 28 a Escola de Educação Básica Professora Elza Mancelos de Moura de Guarujá do Sul, irá realizar a tradicional Festa do Livro. O evento que já apresentou mais de 50 obras, iniciou em 2008 com o propósito de estimular o gosto pela leitura e aumentar o índice de aprendizagem.
O diretor Ademir Arlindo Kuhn e a assistente técnico pedagógico Rejane Goetz, relatam que a Festa surgiu em uma roda de conversa dos professores e direção, para discutir maneiras e estratégias de como melhorar o índice de aprendizagem: “Na época surgiu os medidores de aprendizagem, o Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica], e a partir disso a escola passou a ter metas. Uma das defesas das professoras, é que o índice só iria melhorar através da leitura”, conta Rejane.
“Com o objetivo de tornar a leitura mais atraente e divulgar melhor as obras, surgiu a ideia de promover teatros”, relembra o diretor Ademir. Com a Festa do Livro, a escola aumentou o seu público de leitores e também o número de alunos de destaque.
Mesmo depois de 16 anos, a Festa ainda é um evento muito aguardado pelos alunos. Rejane relata que neste ano, 50% dos alunos do Elza são novos, mas desde o momento das matrículas eles mencionam o desejo de participar da Festa do Livro.
Ela declara que a leitura é um caminho que muda as pessoas e coloca os alunos em lugar de destaque na comunidade: “Ano passado nós tivemos um aluno que fez 970 pontos na redação do Enem. Ele era um leitor assíduo e um artista da Festa do Livro”, relembra ela.
Programação da Festa do Livro
Nos dias 27 e 28 serão apresentadas as obras Branca de Neve e Rosa Vermelha, O Menino do Dedo Verde e Quarto de Despejo. As obras: infantil, infanto-juvenil e clássico, são escolhidas baseadas na temática da atualidade, o que está em discussão nas universidades, Enem e também através de consultas feitas com os alunos.
“O livro O Menino do Dedo Verde não fala de autismo, mas o personagem faz lembrar uma criança autista. E essa é uma das situações que a sociedade atual está enfrentando, por isso escolhemos esse livro”, conta Rejane
Há três semanas que os alunos estão ensaiando e de acordo com Rejane eles já estão com as falas decoradas. Com uma média de 30 alunos por peça, cada participante desenvolve suas habilidades, além da peça auxiliar a desinibir e também a perder o medo do público: “Quando eles se vestem e entram no cenário, eles incorporam o personagem. Eles surpreendem”, relata Rejane.
Ela destaca sobre a importância do público e como isso eleva a autoestima dos alunos na hora de se apresentar. Rejane conta que durante os ensaios parece que não vai dar certo, mas na hora que os alunos encaram o público e começam a se apresentar, eles encantam a plateia: “O público do teatro é muito importante, porque quando a plateia está presente, cria uma energia e os nossos alunos se contagiam com a responsabilidade e brilham”.
O convite é estendido para as demais escolas do município e para as cidades vizinhas. Para atender todos os públicos, será realizado cinco apresentações. O dia 27, será dividido em três turnos: matutino e vespertino, para as escolas visitantes e no noturno alunos da escola, escolas visitantes e comunidade em geral. No dia 28, o período matutino e vespertino será exclusivo para as escolas visitantes.
Além das peças teatrais, é separado um espaço para a exposição e a venda de livros: “Contratamos uma empresa para expor e comercializar os livros e uma porcentagem do valor arrecadado é revertido em mais livros para a nossa biblioteca. Por isso sempre estamos com literaturas novas e atuais”, relata o diretor.
Lei Paulo Gustavo
Em 2023, a escola inscreveu o projeto da Festa do Livro na Lei Paulo Gustavo e foram contemplados com R$ 11 mil. Este é o primeiro ano em que a escola recebe recursos para a realização do evento.
Através deste recurso, a escola adquiriu equipamentos, materiais para o dia a dia, microfone, mesa de som e luzes. Além disso, a escola conseguiu cursos de capacitação, curso de oratória, fotografia e edição de vídeos: “Infelizmente não vamos conseguir ofertar para todos os alunos, então vamos priorizar os participantes das peças. Porque depois eles precisam editar os vídeos das apresentações, para nós devolver como comprovação para este recurso”, conclui Rejane.