09/09/2020 às 08h52min - Atualizada em 09/09/2020 às 08h52min

Dia do profissional de Educação Física: um olhar para todos os esportes

Na semana passada, foi comemorado o dia do profissional de Educação Física, uma das profissões mais desejadas no Brasil. Em lembrança a data o Sentinela conversou com o atleta de fisiculturismo, professor e anchietense, Raí Oesler Lorenzetti, de 27 anos. Entre as atividades praticadas por atletas da região, Raí se diferencia, pois o fisiculturismo ou culturismo – uso progressivo de exercícios de treinamento resistido para controlar e desenvolver a musculatura de uma pessoa para fins estéticos –, é novidade no Oeste. Acompanhe a entrevista:
 
Raí, você treina há quanto tempo? 
Treino há 12, mas voltado ao fisiculturismo há 5.
 
Como foi o 1º contato com esse esporte? E quando começou a competir?
“Amor à primeira vista”. Desde o primeiro treino, senti que seria o esporte para a vida toda. Minha primeira competição foi em 2018.
 
Qual a sua categoria? Já participou de quantas competições?
Minha categoria é a Men’s physique, participei de quatro competições: três a nível estadual, e uma internacional, onde obtive uma ótima colocação, pois foi uma competição com mais de 700 atletas, sendo eles de sete países diferentes e na minha categoria, com mais de 15 atletas, fiquei em 4º lugar.
 
Quando começou, quanto pesava? Tinha acompanhamento médico?
O processo é lento, requer muita paciência e constância. No início de tudo eu pesava 77/78kg. Fisiculturismo é em cima de Coach Esportivo; tenho acompanhamento de um coach (online) e desde o início, ele me passa treino, dieta e etc.
 
Como é o seu treinamento? E a sua alimentação?
Treinamento pode variar, dependendo a fase de preparação, em offseason (fase de ganhos brutos) treino de segunda a sábado e aeróbico 3x na semana. Em fase de pré contest (preparação para o campeonato +/- 3 meses), treino de segunda a sábado e aeróbico todos os dias, podendo até ter dois aeróbicos por dia, na faixa de 30 min.
 
Quais os cuidados que um fisiculturista precisa adaptar?
Mudar sua rotina de treino, dieta balanceada, muitos altos e baixos fisicamente e mentalmente. Esse esporte requer muita dedicação e esforço de ambos, mexe muito com o psicológico.
 
Gosta mais de treinar qual parte do corpo?
O que mais gosto de treinar é peitoral, eu treino inferior também, regularmente, mas minha categoria não exige, nem avalia membros inferiores, mas é preciso ter uma harmonia e simetria corporal, por isso, devemos sempre treinar ambos
 
É necessário ter controle do corpo e do psicológico?
É um conjunto, quando um funciona bem o outro vem junto, costumo dizer, que o corpo faz aquilo que a mente acredita, então, trabalhe muito seu psicológico que o físico consequentemente irá evoluir junto.
 
Qual suas inspirações?
Desde o princípio a minha maior inspiração no fisiculturismo e na minha categoria, referente a nível nacional e internacional, é o Felipe Franco, que é um grande atleta!
 
Por ser um esporte um tanto quanto comentado, enfrentou preconceito no começo?
Creio que pra tudo na vida tem um preconceito, sempre haverá alguém para julgar suas atitudes e ações, ‘sofri e ainda sofro muito preconceito/julgamento’, mas nada que me desmotive ou me faça sentir mal, sou decidido e escolho muito bem minhas metas e objetivos.
 
Como é a pressão para se preparar para competições?
Uma pressão constante, há cada dia, há cada treino, há cada refeição. É uma renúncia, pois é algo surreal, esse esporte é para poucos, tem que ter muito “peito” para fazer o que nós fisiculturistas fizemos e escolhemos.
 
Quais suas metas e objetivos? É preciso tê-los bem definidos?
Minha meta de vida é sempre me manter no meio esportivo, sendo no fisiculturismo, ou simplesmente treinar por saúde e estética, e sim, é preciso ter objetivos bem definidos no meio do fisiculturismo, para alcançar e chegar no seu objetivo na melhor condição possível.
 
Seu crescimento corporal foi natural?
Assunto polêmico, porém é necessário ser explicado. É muito fácil para aqueles que não tem potencial, que só estão ali para criticar e apontar o dedo para aqueles que buscam algo diferente, que vão além do padrão de vida, além da zona de conforto. É fácil atirar pedras e falar: “com bomba até eu”, pois é, eu não critiquei, não apontei o dedo pra ninguém, apenas fui lá e fiz o que tinha que ser feito para alcançar os meus objetivos. Humildemente eu falo, sou merecedor de cada conquista e de cada quilo de massa muscular que coloquei em meu corpo, batalhei, busquei e alcancei!
 
Quanto recebe com esse esporte?
O fisiculturismo não me traz nenhuma renda, é uma paixão, faço isso por amor ao esporte. É muito difícil se manter, dieta, treinos e recursos externos para fins de competição, o apoio ao atleta amador é pouco.
 
Qual a sua formação? Como lida com a família incluindo o esporte?
Estou no último semestre de Educação Física bacharel. Consigo conciliar muito bem meu emprego e família. Tenho um filho de três anos e minha esposa está gravida novamente. É necessário ter balança, para que tudo seja equilibrado, procuro manter sempre a família em primeiro lugar, o restante vou encaixando como posso, e como fica melhor pra mim e para todos que convivem comigo.
 
É real que esse esporte é muito mais mental do que físico?
É real e ao mesmo tempo não, pois o corpo alcança aquilo que a mente acredita, mas se você apenas acreditar e não agir, você ficará sempre na estaca 0, é preciso muita dedicação, muita dieta e muito, muito, muito treino.
 
É necessário ter controle para ir longe?
Pra você leitor, que ainda não pratica nenhum tipo de esporte, minha dica/conselho, é que comece hoje mesmo, você verá e terá os benefícios durante a sua vida, e no futuro será grato por ter iniciado alguma atividade física, faz bem para o corpo, para a mente e leve isso para sua vida!
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