15/04/2021 às 08h14min - Atualizada em 15/04/2021 às 08h14min
A Covid-19 força empresas a demitirem seus funcionários
O cenário do começo de ano era de contratações porém até março 30 pessoas foram desligadas da empresa, o que significa redução de 20% do quadro e se continuar assim provavelmente mais 15% serão desligadas
Sentinela A Disamoveis sediada em São José do Cedro atua no ramo moveleiro desde 1994, trabalha com a produção em série de cadeiras, mesas, camas e beliches. Dentro desse catálogo de produtos ainda existem as linhas infantil e dobráveis. Seus principais clientes estão em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. As linhas dobráveis são os principais produtos vendidos através de plataformas digitais, e os maiores compradores eram bares, restaurantes, cafés e com esses principais clientes não podendo trabalhar a empresa ficou em maus lençóis.
Desde março de 2020 a Disamoveis sofre com altos e baixos. As vendas são feitas por representantes comerciais que vendem para grandes lojas, no primeiro momento de pandemia tudo fechou, as vendas pararam e o que salvou a empresa foram as vendas on-line, ou seja diretamente para o consumidor final. As vendas on-line aumentaram 20% e as vendas por representantes comerciais caíram 60%.
Sazonalidade
Todos os anos ocorrem demissões e contratações porém nunca de uma maneira tão intensa como vem ocorrendo, normalmente as demissões ocorriam no meio do ano, afetando 20% do quadro, em meio a pandemia elas chegaram a 40%. De acordo com Simoni Fruscalso que faz parte do grupo jurídico da Disamóveis, março, abril, maio e junho foram terríveis para a empresa o que justifica as demissões. Em agosto com o aumento do consumo, (impulsionado pelo auxílio emergencial) as contratações voltaram e a empresa quase alcançou o patamar do início do ano de 2020. Essa alta no mercado durou até janeiro desse ano, a Disamóveis chegou a empregar 150 funcionários, número acima da média para esse mês.
O pior momento da Covid-19
Com as festas e viagens de fim de ano houve aumento de casos, as pessoas trouxeram o vírus para dentro da fábrica, no começo de março 30% dos afastamentos foram por Covid-19. Ano passado foram no máximo 10 casos. “Nesse momento 80% dos funcionários já tiveram contato com a doença, aconteceu de afastarmos 48 funcionários em uma semana” explica Simoni.
Com tantas pessoas afastadas diminuiu drasticamente a produção de móveis. Para manter o quadro de funcionários é preciso produzir e carregar seis cargas por semana, neste momento a produção é de apenas duas cargas. Com os afastamentos, pedidos foram adiados e funcionários remanejados tendo que aprender a atuar em setores não convencionais, ou seja alguém que trabalha na lixa precisa ser ensinado a operar uma máquina causando mais atrasos.
Como a empresa tem lidado com o vírus
Os protocolos de segurança estão sendo aplicados desde o início da pandemia. O que trouxe uma mudança significativa foi alterar o acionamento dos bebedouros que agora é feito com o pé e disponibilizar álcool em lugares estratégicos, principalmente perto de portas, já que existe muito contato com as maçanetas. Outra abordagem da empresa foi conscientizar o funcionário. Vigilância sanitária e enfermeiras do município foram chamadas para falar dos riscos e cuidados em relação a Covid-19. Simoni acrescenta que: “Dessa forma nós estendemos o cuidado, pessoas que só se cuidavam dentro da empresa, seja com máscara ou uso de álcool gel, passaram a se cuidar melhor nas suas próprias casas, quando iam aos supermercados, enfim o cuidado não pode ser feito apenas no ambiente de trabalho”.