09/06/2021 às 10h35min - Atualizada em 09/06/2021 às 10h35min

Viciados em redes sociais

Coluna de opinião do jornal impresso

Aqui em Palma Sola um ponto de encontro para o “hapy hour” é o Marukas. Volta e meia também apareço por lá para tomar um “martelinho” e por o papo em dia. Falamos de tudo, não há censura. Quer dizer, a única censura é o uso de celular, é ficar fuçando em redes sociais enquanto está rodeado de amigos.
Agricultores, granjeiros, caminhoneiros, cartorário, empresários, peão de fazenda, padeiros, aposentados... tem tudo que é tipo de homem por lá. Assunto não falta. As piadas e a tiração de sarro são constantes. É um bom momento para relaxar, esquecer a rotina do dia a dia.
Tem um granjeiro, que é um verdadeiro dedão destroncado, mas que quando está por lá é tipo: “pomba chama”, reúne muita gente ao redor dele. Particularmente ele tem uma grosseria que eu adoro: Xingar quem está ao telefone. Ele tem uma regra simples, das antigas: ‘Se você foi até o bar tomar uma, e conversar, converse olhando no olho de quem está na sua frente. Nada de ficar no celular’.
Acho que estamos precisando de mais “dedões destroncados” por aí. O público mais novo está sempre plugado nos seus smartphones, acabam se distanciando dos seus amigos presentes para dar conta de um fluxo infinito e impessoal de piadinhas, áudios e notícias picotadas geradas por redes sociais como Facebook, Instagram e Twitter. Gente que não consegue desligar do vício nas redes sociais e aproveitar o momento no bar.
E ainda tem aqueles jovens que não saíram da adolescência, viciados em fazer selfies, e vídeos para o TikTok. Conectados com o mundo e desconectados de quem está na sua frente. São pessoas frutadas que ficam infelizes se não receberem algumas dezenas de likes nas suas postagens. Há estudos sérios que apontam que estes likes são uma espécie de gatilho para sensações bem reais no seu corpo, o que ajuda a explicar o motivo de cada vez mais serem dependentes das tecnologias. Uma das principais responsáveis é a dopamina, um neurotransmissor relacionado ao bem-estar e à recompensa, semelhante ao que você sente quando consome alimentos que adora e até mesmo ao consumo de drogas como a cocaína.
Sugiro que alguns estabelecimentos, como o Marukas, adotem uma estratégia: Empilhar o celular. Quem fizer isto ganha um mimo do estabelecimento. Aposto que vai aumentar a venda de bebida e comida. Ou ainda uma espécie de jogo entre os próprios clientes, empilhar o celular e quem não se aguentar e pegar o smartphone para olhar as redes socias paga a conta.
Por: Igor Vissotto

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