Escola de Gestão Compartilhada

No município de São José do Cedro, a Escola Municipal Santo Isidoro fica dentro da Escola Estadual de Educação Básica São José. Isso é o que chamamos de Escola de Gestão Compartilhada, ou Escola Compartilhada. 
“Essa parceria é estabelecida em um documento assinado por representantes do Estado e do Município. O prédio e as salas utilizadas pelo município são do Estado. A merenda é do Estado, o transporte é do Município, mas transporta alunos do Estado, é uma cooperação. Os professores do município são pagos pelo município e os do estado são pagos pelo estado, mas a sala dos professores é uma só, a tomada de decisão ocorre em conjunto entre as duas diretoras”, afirma a secretária de educação de São José do Cedro, Simone Trevisol.
O município também ajuda fornecendo materiais didáticos e realizando investimentos na escola, a exemplo da instalação de um parquinho, pintura de algumas salas de aula e reformas.
A Santos Isidoro era uma escola do interior, com o passar do tempo o número de alunos diminuiu. Para não fechar a escola – há mais de 16 anos – a gestão achou conveniente colocar os alunos do município no Estadual São José, que tinha espaço sobrando. “Hoje, com o aumento do número de alunos e turmas, já está ficando apertado”, relata a secretária.
 
Uma única escola
O município tem seis turmas na escola estadual, são jardim de infância, pré, primeiro e segundo ano. Segundo a diretora Vanderleia Broilo, diretora da Santos Isidoro, são cerca de 80 alunos. Na São José, são cerca de 240 alunos, são 12 turmas, do terceiro até o nono ano.
“É uma parceria boa, pois essas crianças do jardim – do município – são as mesmas que vão concluir o nono ano – na escola estadual, é uma sequência”, acrescenta Simone.
Sandra  Mergen de Mattos, gestora da Escola de Educação Básica São José, explica que, cada diretora gerencia seus professores, mas as atividades e comemorações são realizadas em conjunto.
“Nas gincanas, na festa junina e comemorações, é uma escola só, não tem divisão. Os recursos são usados em benefício das duas escolas. Agora em março a São José faz aniversário, vamos fazer uma programação em cima disso e o colégio municipal entra junto”, destaca Sandra.
“No recreio, todas as séries iniciais e educação infantil vem antes lanchar, mas eles interagem com os maiores brincam juntos. Como é início de ano alguns pequenos choram e os grandes tentam acalmar e cuidar, é bem legal essa convivência deles”, afirma a diretora Vanderleia.
 
Diferenças
Como foi afirmado pela secretária de educação, ocorre uma sequência nos estudos, os alunos entram na educação infantil e permanecem na escola até o nono ano do ensino fundamental. Como tudo é no mesmo prédio, a principal mudança ao passar do ensino municipal para o estadual, é em relação a apostila Aprende Brasil.
“O município trabalha com a apostila Aprende Brasil até o segundo ano. A partir do terceiro ano o trabalho é realizado com o livro didático. Posso dizer que eles se adaptam fácil ao livro, até porque, cada professor tem sua maneira de trabalhar, sua metodologia”, ressalta a diretora Sandra.
 
Aulas em período integral
Simone conta que uma das solicitações da antiga gestão, foi o ensino integral na escola estadual – modalidade que está sendo implantada em várias escolas do Estado.
“Como nós temos a gestão compartilhada, acabou sendo descartada essa possibilidade, pois o município teria que sair daqui, e mesmo que ele saísse, não teríamos salas suficientes. Para ter o integral precisamos de salas para fazer as oficinas e laboratórios. Como os alunos estariam o dia todo aqui, entrando às 7h30 e saindo às 17h15, não sabemos se seria algum bem aceito pelos pais. Por enquanto, o ensino integral não acontece na escola São José”, enfatiza a diretora.
Sandra e Vanderleia concluem afirmando que as escolas estão no mesmo espaço para se ajudar: “Isso que é o bom da nossa escola, todos se ajudam, esse é o lado positivo”.


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