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21/11/2023 às 17h45min - Atualizada em 21/11/2023 às 17h45min

Como fica Brasil e Argentina com Javier Milei no poder

Redação
O economista ultraliberal, Javier Milei, venceu a eleição presidencial na Argentina neste domingo, dia 19. Candidato da oposição, ele foi eleito com 55,95% dos votos na disputa contra o governista peronista, Sergio Massa (44,04%).
Aos 52 anos, Milei será o 52º presidente do país e terá que enfrentar a pior crise econômica em décadas, com a maior inflação em mais de 30 anos, dois quintos da população vivendo na pobreza e forte desvalorização cambial. Desafios agravados por uma dívida externa bilionária e pela falta de reservas internacionais.
 
Quem é Javier Milei
Economista de formação, Milei se promove como um nome de fora da política tradicional que diz querer combater o que chama de "casta política" da Argentina. Antes de se aproximar da política, ele atuou no setor privado, trabalhando em banco e em uma empresa que administrava aposentadorias e pensões. Também chegou a atuar como economista-chefe da Fundação Acordar, ligada ao peronista e ex-candidato à Presidência Daniel Scioli.
Professor universitário, Milei só se tornou mais conhecida do público argentino ao passar a ser convidada para falar em programas de rádio e, especialmente, TV. Em 2021, com um discurso inflamado "contra tudo e contra todos", venceu sua primeira eleição para o cargo de deputado federal por seu partido A Liberdade Avança, fundado no mesmo ano. Costuma ser comparado por analistas políticos ao ex-presidente americano Donald Trump e ao ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
 
Propostas de Milei
No pleito legislativo deste ano, o partido de Milei, A Liberdade Avança, foi o que mais cresceu no Legislativo, saltando de três deputados e nenhum senador para 38 deputados e oito senadores. No dia 22 de outubro, os argentinos votaram no primeiro turno das eleições presidenciais e também para renovar 130 cadeiras das 257, na Câmara dos Deputados, e 24 cadeiras das 72 no Senado.
"Não vim guiar cordeiros, vim despertar leões", afirmou Milei quando seu partido venceu as eleições primárias, em agosto. A retórica inflamada é uma das características marcantes do economista ultraliberal, que fez de suas propostas econômicas suas principais bandeiras de campanha.
Milei propõe a "dolarização da economia", que pretende levar à substituição da moeda nacional pelo dólar. O modelo já foi adotado por outros países da região, como o Equador. O presidente eleito também falou várias vezes que quer "dinamitar" o Banco Central, acabando com a instituição responsável pela política monetária da Argentina.
Durante a campanha eleitoral, ele também disse que quer promover uma desregulamentação para compra de armas pelos cidadãos e se colocou contra o aborto e à educação sobre questões de gênero nas escolas públicas.
 
Como Milei pode interferir nas relações Brasil-Argentina
A vitória do candidato ultradireitista levantou dúvidas em relação ao futuro das relações diplomáticas e econômicas entre Brasil e Argentina, devido às posturas do candidato ao longo da campanha. Milei defendeu a saída da Argentina do Mercosul, mas depois recuou e passou a defender apenas mudanças no bloco econômico, que reúne também Uruguai, Brasil e Paraguai.
Milei disse também que não faria negócios com o Brasil, nem com a China, os dois principais parceiros comerciais da Argentina, e ainda fez duras críticas contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, lançando dúvidas sobre as relações entre os dois países. A Argentina, afinal, é o terceiro principal destino das exportações brasileiras, perdendo apenas para China e Estados Unidos. 
O cientista político argentino Leandro Gabiati destacou que aliados e assessores do futuro presidente da Argentina, apesar de afirmarem que ele não terá relação pessoal com o presidente Lula, afirmam que haverá contatos institucionais via Itamaraty ou ministérios. 
Gabiati acredita, porém, que medidas de teor liberal, ainda que não tire a Argentina do Mercosul, podem enfraquecer o bloco. “Não será uma relação fácil entre Argentina e Brasil, mas não se chegará ao radicalismo de tirar a Argentina do Mercosul porque isso traria sérios impactos para economia e indústria argentina”, afirmou.


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