É errada a frase que diz: a ocasião faz o ladrão! A ocasião faz o crime. O ladrão já nasce feito. O conceito acima está na ética de Platão. Deixa-me tentar discorrer a respeito: Se, de uma certa maneira, eu guardo dentro de mim a intenção em tirar proveito do outro de uma maneira fácil, o poder – especialmente aquele outorgado pelo voto – vai trazer isto à tona. O poder vai potencializar esta minha tendência. Seja ela boa ou ruim. Agora se eu trago dentro de mim um pacto com a minha consciência com integridade, com lisura, com honestidade, o poder vai potencializar isto que eu tenho. O poder não vai inventar em mim uma falsa de ética. O poder vai trazer à tona aquilo que eu tenho. Como muitas vezes a nossa ética, o nosso senso de justiça é mais uma ética de coerção do que de convicção, evidentemente o poder vai potencializar uma tendência a tirar proveito das situações. Contudo se eu tiver dentro de mim uma ética por convicção, construída a partir do discernimento, do respeito ao outro é lógico que eu vou ser fiel a esta ética. Aqui trago outro ditado popular; quer conhecer alguém, dê a esta pessoa poder e dinheiro. Escrevo sobre isto porque estamos num período de pré-campanha eleitoral. No dia 6 de outubro iremos escolher nossos prefeitos e vereadores. Neste momento estamos naquela fase da pré-campanha eleitoral, aquela fase em que se escolhe quem são os pré-candidatos, quem são as pessoas que de alguma maneira estão postulando um cargo eletivo. Avalie bem, busque entender quem realmente são estas pessoas, qual é o passado de cada uma, quais foram as suas contribuições com a comunidade, quais foram as experiências de trabalho, qual é a escolaridade do postulante, como esta pessoa reage diante do conflito, como ela reage com aquilo que não concorda, como foi a relação destas pessoas com as pessoas que ama? São muitas perguntas, olhe para aquele que você acredita que será um bom prefeito ou vereador e tente responder algumas destas perguntas. Agora, no período eleitoral, não se iluda com promessas, com frases bonitas, não fique preso as redes sociais e a construção de narrativas.