28/09/2024 às 09h00min - Atualizada em 28/09/2024 às 09h00min

Beneficiários do Bolsa Família e as Bets

Coluna de opinião do jornal impresso

Igor Vissotto
Segundo estudo do Banco Central, brasileiros gastam em média R$ 20 bi por mês com apostas online. Em agosto, 5 milhões de pessoas de famílias beneficiadas pelo programa Bolsa Família enviaram R$ 3 bilhões via Pix a plataformas de apostas. Os dados são de uma nota técnica divulgada nesta terça-feira, dia 24, pelo Banco Central, sobre o mercado de apostas online no País.
O valor mediano transferido por beneficiário é de R$ 100. Entre os apostadores, 70% são chefes de família – ou seja, aqueles que de fato recebem o benefício – e enviaram R$ 2 bilhões (67%) por Pix para as bets. O Banco Central utilizou para a pesquisa o número de cadastrados de dezembro de 2023, dentre os quais 17% apostaram.
“Esses resultados estão em linha com outros levantamentos que apontam as famílias de baixa renda como as mais prejudicadas pela atividade das apostas esportivas. É razoável supor que o apelo comercial do enriquecimento por meio de apostas seja mais atraente para quem está em situação de vulnerabilidade financeira”, diz o BC.
Conheço pelo menos 4 grandes empresas de Palma Sola e região que nos últimos meses proveu alguma campanha ou pelo menos tentou instruir seus funcionários a respeito do vício nestes jogos online, a exemplo do Tigrinho e Bets.
 
Brasileiros gastam cerca de R$ 20 bi por mês com apostas
No estudo, o BC estima que o volume mensal de transferências via Pix de pessoas físicas para empresas de apostas online variou entre R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões de janeiro a agosto. O número não considera pagamento por meio de outras modalidades, como cartões de crédito, débito, ou transferências via TED.
Em agosto, por exemplo, foram transferidos via Pix R$ 21,1 bilhões para as empresas de jogos de azar e apostas, enquanto as loterias tradicionais da Caixa arrecadaram R$ 1,9 bilhão.
 
Eleições
Como todos, venho acompanhando as eleições municipais e o empenho dos candidatos a vereador e a prefeito e vice em ter o apoio público de deputados, governadores e lideranças nacionais para puxar votos. Estou entendendo que as eleições municipais são particularmente reveladoras, porque nelas o que está em jogo não é tanto a ideologia, mas a gestão pura e simples. Quem provou ao longo de vida que é capaz, que no exercício de um cargo eletivo conseguiu de fato entregar obras, melhorar a qualidade de vida da população, passa a ter grande chance de se eleger.
Também percebo que há uma tendência de derrota por parte do PT, não apenas na região, mas no Brasil como um todo. É claro que há municípios onde há favoritismo do PT, a exemplo do município de Campo Erê. Já em outros municípios da região, como Anchieta e Guarujá do Sul o cenário está nebuloso para o PT.
Compartilho aqui trechos de um texto no jornal Estadão.
 
“Há 20 anos, o Partido dos Trabalhadores (PT) vivia o seu zênite eleitoral. No segundo ano do primeiro mandato de Lula da Silva, o PT levou nada menos que nove capitais. No total, foram 411 prefeituras. Já em 2020, o partido amargou o seu nadir. Foram zero capitais e 183 prefeituras, 71 a menos do que em 2016. Foi o pior desempenho desde a redemocratização. Mas tudo indica que o pior está por vir.
O que mudou? Certamente não o PT. É a mesma ideologia estatizante, a mesma hostilidade à iniciativa privada, o mesmo corporativismo com setores do funcionalismo público, o mesmo discurso da “luta de classes”, a mesma retórica maniqueísta do “nós contra eles”, a mesma geopolítica terceiro-mundista.
O que mudou foi o Brasil, esse é o problema – do PT, claro, não do Brasil. E mudou, em grande parte, pelos desmandos do PT. Nos últimos 20 anos, o partido governou o País por 14. Apesar de Lula propagandear a ilusão de que sabe como fazer a economia crescer, nesse período – mesmo durante o superciclo das commodities – o País cresceu abaixo da média dos países emergentes. Quando os dogmas desenvolvimentistas petistas foram aplicados em toda a sua pureza pela criatura de Lula, Dilma Rousseff, o resultado foi uma recessão que devorou cerca de 10% do PIB em dois anos, dizimando os supostos avanços da “classe trabalhadora”.
Foi o PT que protagonizou os grandes escândalos de corrupção da Nova República, o mensalão e o petrolão, que tanto fizeram para desmoralizar a política e alavancar candidatos ditos “antissistema” como Jair Bolsonaro. Lula só venceu em 2022 com uma margem apertada pela aversão dos moderados a mais quatro anos de razia bolsonarista. Ainda assim, perdeu entre as classes médias e nas Regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste.”
 
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