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23/11/2024 às 09h00min - Atualizada em 23/11/2024 às 09h00min

Ainda sobre a viagem de moto

Coluna de opinião do jornal impresso

Igor Vissotto
Depois que retornei da viagem de moto com primos e amigos, foi hora de organizar fotos e vídeos e guardar na memória algumas coisas que só a percepção é capaz de captar.
Tenho um primo irmão, chamado Cacio Tumelero, ele tem uma vida diferente, saiu do padrão: não tem esposa e não tem filhos. Por muito tempo achei este estilo de vida incompleto. Ele é um primo irmão, uma pessoa muito importante na minha vida, temos memórias e cicatrizes de infância, e por querê-lo tão bem, acabo desejando a ele aquilo que faz sentido na minha vida, no caso: uma companheira e filhos.
Enfim, ele seguiu outros rumos, fez amigos em locais que sequer eu sabia que existiam. Tá sempre paquerando uma nova menina, sempre atrás de uma nova conquista. Tem uma habilidade ímpar de fazer as pessoas sorrirem. O Cacio é uma pessoa de bem, que quero que esteja sempre próximo a mim e a minha família. Falando do Cacio lembrei de algo que vi escrito por aí, não sei se em um destes vídeos do Instagram, no Youtube ou em algum livro.
Tentei lembrar do texto e fiz algumas alterações:
 
O que vale a pena na vida!
 
Daqui a 100 anos, em 2124, todos nós estaremos enterrados com nossas famílias e amigos. Estranhos vão morar nas casas que trabalhamos tanto para construir, e outras pessoas possuirão tudo o que temos hoje, incluindo o carro, aquela moto de 1.000 cilindradas, a casa comprada com tanto suor.
A maioria das nossas posses será doada, jogada fora ou destruída. Nossos descendentes dificilmente saberão quem somos; eles nem se lembrarão de nós.
Por exemplo, quantos de nós sabemos quem era o pai do nosso avô?
Depois que morrermos, seremos lembrados por mais alguns anos e, então, seremos apenas um retrato na parede de alguém.
Algumas décadas depois, nossa história, fotos e ações desaparecerão no esquecimento. Não seremos nem mesmo memórias. Se fizermos uma pausa para analisarmos essas questões, talvez entendamos o quão inútil é se preocupar com 95% das coisas que consomem nossas mentes todos os dias.
Se pararmos para analisar essas questões entenderemos quão ignorante e fraco é o sonho de ter tudo. Sempre querendo ter mais e mais, sem ter tempo para as coisas que realmente valem a pena nesta vida.
Me esforço, cotidianamente, para aproveitar as caminhadas e passeios que nunca fiz. Me condiciono a dar os abraços não dados nos filhos, na pessoa amada, nos amigos de longa data.
É disto que se trata a vida!
 
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