Após 14 anos dedicado à APAE de São José do Cedro, Cristiane Luvizon Hendges assumiu, recentemente, a direção da instituição. A transição ocorreu após a saída da antiga diretora, Ediane Siebeneicler, que passou a atuar na Coordenadoria Regional de Educação (CRE) em Dionísio Cerqueira, a serviço da Fundação Catarinense de Educação Especial. Com uma longa trajetória dentro da APAE, Cristiane encara o novo desafio com determinação e responsabilidade.
“É uma honra e, ao mesmo tempo, um grande compromisso. Sinto que essa renomeação é um reconhecimento pelo trabalho que desenvolvi aqui ao longo dos anos”, destaca Cristiane.
Formada em Psicologia, Cristiane iniciou sua trajetória na APAE como psicóloga, atendendo horas semanais. Com o tempo, passou a coordenar a equipe multiprofissional do SUS, além de atuar na capacitação de recursos por meio de projetos sociais. Antes de assumir a direção, ela já havia deixado a função de psicóloga e se dedicado exclusivamente à gestão de projetos, contribuindo diretamente para a ampliação dos atendimentos na instituição.
A decisão de convidá-la para o cargo apresentou uma mudança no modelo de gestão da APAE local. Tradicionalmente, a direção era ocupada por professoras efetivas cedidas pelo Estado ou pela Função Catarinense de Educação Especial, desta vez, a escolha recaiu sobre Cristiane, considerando sua experiência e dedicação à instituição.
Atualmente a APAE de São José do Cedro atende cerca de 130 alunos com deficiência intelectual, múltipla e transtorno do espectro autista (TEA). O número de matrículas tem crescido, especialmente na estimulação precoce para crianças de 0 a 6 anos. No entanto, a instituição enfrenta desafios para atender a essa crescente demanda.
“Nós temos seis turmas de estimulação precoce, com oito alunos cada. Todas estão preenchidas, e já temos fila de espera. É angustiante saber que as crianças precisam de atendimento e não poder oferecê-lo imediatamente”, explica Cristiane.
A entrada de novos alunos na APAE não ocorre da mesma forma que no ensino regular. O processo exige encaminhamento médico e aprovação da Fundação Catarinense de Educação Especial. Além disso, a instituição segue o Sistema de Regulação de Saúde, o que significa que os alunos vindos de outras cidades ou unidades precisam passar por avaliações antes de serem matriculados.
Diante da limitação de vagas e da crescente demanda, a APAE já trabalha com um projeto de ampliação de suas instalações. Um plano arquitetônico está em fase final de elaboração, e a entidade busca recursos para viabilizar a construção. Como o terreno já está totalmente ocupado, a solução será expandir a estrutura para novos pavimentos.
“A nossa capacidade está no limite. Além de não termos mais espaço físico, nossa equipe multiprofissional já atende ao máximo. Mesmo assim, buscamos alternativas para ajudar as famílias que estão na fila de espera, oferecendo pelo menos alguns atendimentos enquanto aguardam a vaga completa”, ressalta a diretora.
Além da ampliação do espaço físico, um dos projetos mais aguardados é a implantação da equoterapia. A terapia assistida com cavalos é um método reconhecido por seus benefícios no desenvolvimento motor e cognitivo das pessoas com deficiência. A iniciativa foi realizada em parceria com a UNOESC, no campus de São José do Cedro.
"A equoterapia já era um sonho antigo da APAE. Já oferecemos hidroterapia, pilates, fisioterapia pelo SUS e o método Bobath, mas sentimos a falta da equoterapia para complementar esses atendimentos. Agora, estamos trabalhando para tornar esse sonho realidade ", comemora Cristiane.
Com um histórico de trabalho conjunto, e uma equipe unida, a nova diretora assume a APAE com o compromisso de fortalecer os atendimentos e ampliar as oportunidades para os alunos. O desafio é grande, mas a motivação para transformar vidas ainda é maior.