O casamento é um pacto que deve ser eterno, porém, se vê cada vez menos casais com relacionamentos longos e duradouros. As bodas de ouro são mais do que uma simples data, são a prova de que o amor pode sim ser eterno, fiel, leal e sempre resistir aos problemas. Com isso, o jornal Sentinela retrata nesta semana a história de Selma e Saule Fontana, que completaram na última semana, 50 anos de casados. Ela de 68 anos, natural de Santo Ângelo – RS, ele com 74, de Passo Fundo – RS, mudaram-se para Guarujá do Sul ainda quando crianças.
Se conheceram em 1967 em um torneio de futebol, na Linha Arara, interior do município. Namoraram por quatro anos, e no 5° decidiram se casar, ela tinha 18 e ele 24 anos de idade. Selma conta que o namoro começou no dia 6 de janeiro, dia dos Reis. “Nunca mais esqueci a data”, comenta ressaltando que a diferença de idade não foi um empecilho para os pais o deixarem ficar juntos. “Já fazia tempo que nos conhecíamos, já tínhamos uma amizade antes de começar a namorar”, exclama o esposo.
Após o casamento, se mudaram para Pinheirinho, ainda no Guarujá, onde moraram por um ano ao lado do pai de Saule, mudando-se para sua própria casa, onde residiram por 28 anos. Lá tiveram seus cinco filhos: Valdecir, Valdir, Veronice, Vanice e Vanderlei Fontana, sendo o mais novo. Selma gerou o mais velho aos 21 anos de idade. Hoje, possuem nove netos e nenhum bisneto. “Eu queria muito um, mas ainda não veio”, brinca a idosa.
Um amor sem medida
O filho mais novo mora ao lado da casa dos pais. Já o mais velho, mora na cidade, mas sempre que pode visita-os. Enquanto uma está no Mato Grosso – MT, outra em Palma Sola e outro, também no Guarujá, mas por conta do serviço, só consegue ir aos fins de semana ver os pais. “Para mim, o que mais me marca é ter meus cinco filhos, genros, noras, meus nove netos e duas netas postiças, porque dois já estão casados. Elas também são minhas netas. E todos se dão bem, graças a Deus!”, comenta Selma.
Momentos marcantes
O casal conta que passou por uma grande dificuldade, há dois anos atrás, onde Saule com infecção no pulmão e rins, foi tratado como infecção no estômago, com a medicação errada. Ele relata ter ficado como morto por cerca de seis horas. “Pelo tratamento errado, me prejudicou o coração, hoje tenho arritmia cardíaca, mas nunca tive nenhum problema de coração”, explica.
Eles cuidam de sua chácara, com auxílio da família. “Eu cuido do jardim, planto, cuido dos animais e faço todo servicinho que tem aqui”, diz Selma. Com a pandemia, não têm mais atividades no lar dos idosos: “sentimos falta, mas ficamos em casa jogando baralho, tomando chimarrão, rezando terço e assistindo à missa”, enfatiza.
Quando perguntados sobre como fazer um relacionamento durar por tantos anos, Selma conta que Saule foi seu primeiro e único namorado, ele também diz que ela foi sua primeira. Ela relata que nunca pensaram em separar. “Um relacionamento dura 50 anos ou mais, por capricho do casal, se conhecer e namorar, construir uma amizade, antes de pensar em dormir juntos”, conclui Saule.