04/11/2021 às 10h57min - Atualizada em 04/11/2021 às 10h57min
Para evoluir
Coluna de opinião do jornal impresso
Muitas crianças são ensinadas a enterrar suas emoções dentro de si mesmas. Com isso, tornam-se adultos angustiados, que deixam acumular dentro de si um turbilhão de angústias corrosivas.
O motivo? Nunca foram ensinados a lidar de maneira madura com as próprias emoções. Afinal, os próprios pais não sabiam como fazê-lo, e replicaram no filho aquilo que eles mesmos viveram.
Por outro lado, muitos pais, à guisa de amor, tentam tornar a vida do filho mais fácil. Dão ao filho tudo que ele quer. Quando o filho tropeça, prontamente lhe colocam um colchão para amenizar o impacto da queda.
A criança, aos poucos, se torna um adulto emocionalmente imaturo, que não sabe lidar com frustrações. Como nunca ouviu “não” dos pais, simplesmente desmorona frente às primeiras frustrações que a vida lhe impõe.
Acontece que isso tudo é sintoma. Mas e causa?
Vivemos um mundo em que grande parte dos pais, famílias, escolas e a sociedade, de maneira geral, não consideram autoconhecimento uma prioridade.
Ensinam a fórmula de Bháskara nas escolas, que será esquecida por quase todos... Mas raramente abordam disciplinas que desenvolvam o autoconhecimento da criança e do jovem.
Há exceções? Há escolas que fazem diferente disso? Sim - mas são exceções. E assim, as crianças tornam-se jovens, e os jovens tornam-se adultos que são verdadeiros desconhecidos de si mesmos. Tornar-se adulto, nesses casos, é afastar-se de si. Educação para o autoconhecimento: esse é um tema crucial aos dias atuais.
O texto acima é do neurocientista Pedro Calabrez, e é ótimo para abordarmos o porquê de terapia ser um tema tão em voga atualmente. Chegamos num ponto onde ela não é luxo, é necessidade. Isso por que as pessoas simplesmente não sabem lidar consigo mesmas, não foram ensinadas e ao contrário do que alguns pensam, isso não se aprende sozinho.
Outro ponto que nos levou a isso é a falta de referências, boas referências. Nem todo mundo tem o privilégio de ter um pai provedor e que passa segurança. Nem todo mundo teve uma mãe amorosa. E sem referências, fica difícil se construir, porque você precisa partir do zero.
Enfim que, a terapia está aí, disponível, para te ajudar nesse processo. Não subestime o poder do simples, bem feito.
Por: Francieli Perondi