08/02/2023 às 16h38min - Atualizada em 08/02/2023 às 16h38min

O diálogo não é fácil

Coluna de opinião do jornal impresso

Todos já ouviram, pelo menos uma vez na vida, que a chave para a boa convivência é o diálogo. No entanto, o que as pessoas ignoram, ou preferem não enxergar, é que conversar não é algo tão simples assim. Digo isso, porque precisamos considerar que em uma conversa estão envolvidas pelo menos duas pessoas. Precisamos considerar também que cada uma dessas pessoas tem a própria experiência de vida, e que a forma como pensamos é diretamente influenciada pelas experiências que temos na vida.
Quando duas pessoas conversam cada uma tem a sua verdade, cada uma vê a situação de uma forma que faz sentido na própria mente, e por mais que essas duas pessoas possam ser semelhantes, ainda assim, são duas pessoas distintas.
Para que uma conversa seja real é preciso que, ao ouvir o outro, você esteja verdadeiramente ouvindo o outro, e não pensando em como vai responder. É preciso que ao ouvir o outro, você realmente queira entendê-lo. Também é preciso que, ao falar, você considere que, no fundo, o que você quer é ser entendido, e não apenas “xingar alguém”.
Acontece que isso é chato, demorado, precisa ser exercitado, leva tempo, e requer uma vontade real de entender e ser entendido. É por isso que as pessoas falam uma vez sobre algo e querem que tudo já esteja resolvido, pois falta paciência.
Se você quer resolver as coisas, de verdade mesmo, terá que falar quantas vezes forem necessárias, até que a questão seja solucionada. Do contrário, só vai parecer que você falou algo para poder usar isso contra a pessoa depois: “Tá vendo, eu já te pedi mil vezes e não adianta...”
Se tivesse pedido mesmo, mil vezes, de formas diferentes, teria adiantado sim.
Só que conversar é labor, e as pessoas parecem cansadas demais para conseguir fazer isso.

Por: Fran Perondi
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