23/03/2023 às 14h56min - Atualizada em 23/03/2023 às 14h56min

Celular, o companheiro do solitário

Coluna de opinião do jornal impresso

Francieli Perondi
Na coluna passada escrevi sobre o quanto o celular se tornou viciante para nós. Com aplicativos e algoritmos pensados para nos manter olhando para a tela cada vez mais tempo. No entanto, há vários lados dessa história, e nessa coluna quero trazer um bem interessante. O celular se tornou o melhor companheiro de pessoas solitárias.
Vídeos no YouTube, grupos de WhatsApp, comunidades no Facebook. Tudo isso se tornou um meio para que quem está sozinho possa se sentir menos solitário. Pessoas com 50, 60, 70 anos que aprenderam a mexer no celular na última década e que vão ficando cada vez mais tempo sozinhos, pois os filhos não moram mais junto, os grupos de bairro e comunidade minguaram, e os amigos de longa data começam a morrer, ou então moram longe.
Para esse grupo de pessoas (e também para os solteiros com poucos amigos), o celular é a companhia garantida, pois nele sempre há algo novo para ver, sempre há algo interessante para aprender, sempre há alguém disposto a conversar.
É por isso que grupos de WhatsApp se tornaram tão populares, e são capazes de disseminar tanta informação (muitas vezes falsa), pois são construídos em cima de um pilar forte demais: a demanda dos solitários, que ao fazerem parte do grupo se sentem pertencentes a algum lugar. Eles passam a pertencer ao grupo da igreja, ao grupo do bairro, ao grupo da família, e lá tudo o que é mandado é visto com credibilidade, como fonte de informação.
O celular só ganhou tanto espaço assim na vida desse público, porque havia uma lacuna em aberto. Um vazio que estava só esperando para ser preenchido. Quem pode julgar alguém que fica 12 horas no celular ao longo de um dia, se essa pessoa só recebe a visita dos filhos em apenas dois fins de semana no mês? Quem pode julgar um viúvo que, ao perder a companheira, passa a ter nesse pequeno aparelho que cabe na palma da mão uma forma de continuar conversando com pessoas e aplacar a solidão? Quem pode julgar a dona de casa, que por passar o dia todo sozinha preenche parte do seu tempo com vídeos de receitas, tutoriais de pintura e grupos de oração?
O celular se tornou o grande companheiro do solitário!

Por: Francieli Perondi

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