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06/04/2023 às 17h34min - Atualizada em 06/04/2023 às 17h34min

Palma Sola irá instalar interfones nas entradas das escolas

O município estuda outras possibilidades para aumentar a segurança nas escolas e creches

Palma Sola
Da redação
A Secretaria de Educação de Palma Sola, em nome a administração municipal, se compadece com a tragédia ocorrida em Blumenau. O município estuda possibilidades de aumentar a segurança nas escolas e creches municipais. Segundo a secretária de educação, Rosa Lara Vargas, uma das alternativas já encontradas, é instalar interfones na entrada das escolas, bem como, manter os portões sempre fechados.
 
Veja o manifesto de Rosa na íntegra:
“Diante dos fatos ocorridos em Blumenau, nós também queremos nos manifestar. Conversamos muito com a administração, que tem uma preocupação muito grande, assim como nós educadores. Há muito tempo cobramos que os portões das escolas estejam fechados, tanto os da frente como os de trás.
Infelizmente o cidadão que cometeu os crimes em Blumenau pulou um muro, então a violência, quando quer se feita não interessa como, a pessoa vai fazer porque ela é doente, viciada em um jogo ou em drogas. De qualquer maneira ele vai achar um alvo para que possa concretizar seus objetivos.
Não podemos esquecer, diante dessas declarações, que temos alguns gatilhos, algumas coisas que deflagram isso. Acho que é bem pertinente falarmos e alertamos sobre isso, que está em Blumenau, mas pode estar em Palma Sola sim. Aquele vizinho, aquela pessoa, que a criança fica sozinha em casa porque os pais trabalham o dia todo, que dão o celular muito cedo que a criança começa a jogar, e esses jogos não tem feito bem pra ninguém, nenhum tipo de vício faz bem. E ainda a questão da droga, a licita e a ilícita.
A escola, enquanto entidade, fica fragilizada. Porque o que está acontecendo, o bandido doente, não sei nem como chama-lo, está solto e os nossos alunos estão atrás dos muros. Há uma inversão de valores, de situação, onde deveriam estar talvez em uma prisão, em um hospital ou protegido pela família ou por alguém.
Não posso acusar, cada caso é um caso. Nós não sabemos julgar o porquê ou qual o motivo deflagra esse tipo de coisa, cada cérebro se manifesta de um jeito à violência ou aos gatilhos.
Mas uma de coisa nós temos certeza, e essa certeza vem dos estudos que são feitos pela educação, pela experiência vivida na educação, pela experiência de vida. A criança precisa do acompanhamento dos pais para brincar, se desenvolver, precisam da presença constante, uma presença de qualidade, que não seja só para cobrar, mas também para brincar.
A criança precisa de tempo para crescer, de tempo para estudar e de tempo para ser observada, por exemplo, agora nesse momento, não sei se você está vendo esse vídeo de manhã, de tarde ou de noite, mas o que seu filho está fazendo agora? Ele tem quantos anos? 15, 16 ou 13, ele foi andar de bicicleta, ele foi jogar futebol, é verdade mesmo? Ele só foi na praça, será que ele está lá?
Então pais, como diz: ‘Vigiai, vigiai à distância os teus filhos’, não é pra controle, pra ser mau, muito pelo contrário, acompanhe seus filhos, acompanhe enquanto há tempo.
 A gente tem visto muitas crianças na praça, eu digo crianças pois até os 18 anos é criança sim, e jovens, adolescentes de 16 e 17 anos, a gente fica observando eles com cigarros, cerveja. Comentamos muito sobre final do ano, nas festas de final de ano a gente vê jovens de 16, 17 anos dormindo no final do evento de tanto beber. Qual é a companhia?
Então acho que tudo isso gera o vício e o vício é um passo pra violência. Isso eu falo de vicio tanto digital quanto remédios, drogas licitas ou ilícitas.
Não é culpa de ninguém, mas ao mesmo tempo pode ser feito um pouco mais, a gente diz que faz tudo pelos filhos, que se mata trabalhando, realmente, eu sei disso pois sou uma trabalhadora também e também tive filhos, mas nós temos que acompanha-los, temos que desenvolver eles, na adolescência a responsabilidade é nossa, depois de adultos também.
Eu não estou dizendo isso pra culpar ninguém, eu estou dizendo isso como um alerta, até porque a gente fica olhando a questão dos papéis, crianças xingando seus pais. O pai protege e a mãe executa? Ou o contrário? Vamos entrar num acordo, se não a gente acaba confundindo a cabeça dessa criança, a gente tem visto muita proteção no sentido do proteger na hora do erro, disciplina é necessário.
 A violência não está dentro da escola, quero deixar muito claro, ela tem vindo pra dentro da escola, numa forma cruel, de uma forma terrível e quem diz que este não pode ser um futuro sobrinho da gente, um neto, que comete uma tamanha atrocidade, uma tamanha violência.
Então há tempo para voltarmos nossos olhos para os adolescentes, para os nossos filhos, pois eu penso que os pais que perderam essas crianças vão sofrer, mas tamanho sofrimento também há de se calcular, para as famílias dessa pessoa, que a gente poderia dizer que é inominável, que fez essa atrocidade em Blumenau, em Saudades, que é um problema mundial.
 Sempre tem atrás disso jogos digitais, jogos de computador, jogos de celular, que os jogos são violentos, são os desenhos animados, os filmes que assistem. Sempre tem uma propaganda ou outra instigando o comércio, é muita aquisição, muito ter, e esquece as vezes do ser, é do ser que nós precisamos. Pedimos mais uma vez que tenham atenção às crianças.
Em relação a escola, no que estamos pensando? Estamos pensando em guarda, em várias coisas. Esse não é um problema só em Palma Sola, é um problema também de Santa Catarina e um problema do Brasil, então, a nível de Ameosc, ontem (dia 5) foi expedido uma nota pontuando algumas situações, mas precisamos juntos criar políticas de enfrentamento a violência, porque essas violências físicas e psicológicas acontecem.
Quem são os pais, quem são os familiares, digamos que batem, que abusam, que fazem violências psicológicas. Nós temos certeza que esse pai sofreu também e está repetindo, então esse ciclo deve acabar. Para esse ciclo acabar nessa família procure ajuda na saúde, procurar ajuda na assistência social, que isso vai se romper. Ai sim começa uma nova era, mas ninguém é tão forte que possa suportar. Agente precisa de ajuda e tem que se render, porque somos humanos e diante de problemas assim tão graves, tão deprimentes, tão tristes, eu acho que a gente tem que procurar mesmo ajuda.
 As escolas a gente tem orientado sim, e eu peço a população, se estiver passando pela creche que a sua criança frequenta dá uma olhada no movimento, externo e interno. Se ver alguém suspeito: Porque tá passando? Porque tá atrás da escola?
Por favor, chame a polícia, ou nos chame que vamos lá para ver o que está acontecendo, eu acho que é uma ação conjunta. Tenho certeza que a polícia é parceira pra isso, todos os órgãos públicos são parceiros pra isso. Eu gostaria que vocês olhassem, se é suspeito não custa nada, eles vão lá, pedem documento, pedem o que está fazendo, aí já descartamos a possibilidade, então a gente já pede nesse sentido.
 É uma coisa triste de falar, triste de se manifestar, muitos podem julgar. A prefeitura tem que fazer, mas é tão pequeno diante de tamanho problema que a gente fica muito comovido, com certeza estaremos estudando o caso sim, as possiblidades de melhorar a segurança, mas gostaríamos que vocês nos ajudassem, que vigiassem as escolas, muito obrigada.
Gostaria de vir aqui para falar sobre coisas mais alegres, em nome da administração, em nome da Secretaria da Educação, reforçamos os nossos sentimentos aos familiares. No momento o que podemos fazer é tomar as atitudes que temos nas mãos na nossa cidade”.

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